Aqui pretendo descarregar as memórias que me afloram a mente e que não necessariamente são relativas a fatos reais. Um dia, um irmão disse-me que eu tinha uma memória criativa... mas, não serão criativas todas as memórias?
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Feijão verde, cadê você?
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Lá em casa, não lembro de feijão verde ser comprado assim quase pronto... Papai comprava as vagens amarradas em feixes e nós passávamos um bom tempo debulhando-as e expulsando as lagartas que vinham escondidas em algumas delas... Eu gostava da "farra da debulha", mas não gostava nada de ser convocada para a "varrição" da sujeira que ficava no "terraço da cozinha"...
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Nunca fui amiga de vassouras... quer dizer, até gostaria de ter uma daquelas voadoras... usadas pelas bruxas... Aliás, houve um período em minha vida em que assumi meu lado bruxa... na época, fantasiava ter uma vassoura voadora que me levava aonde eu queria estar... Na verdade, minha imaginação aliada à tecnologia substituíam a vassoura que nunca tive... nem vassoura, nem tapete mágico pobreza total!!
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Agora... o uso mais corriqueiro das vasouras, varrer o chão, sempre foi uma tarefa deplorável da qual eu fugi... Acho que minhas mãos são inábeis para vassouras e violões... Todas as vezes que tento usar um desses instrumentos, tão distintos, acabo com as mãos machucadas...
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Bem, cá estou já tão distante do meu feijão verde... que, por sinal, também esteve muito longe de mim... percorri boa parte do bairro, se encontrar sequer um saquinho disponível para venda... Se eu quisesse comprar quiabos seria bem diferente, mas não dá para substituir um pelo outro... Voltei para casa com vontade de comer frango na cerveja... melhor assim, já preparei nosso almoço e escrevo aqui enquanto Erick não chega da faculdade...
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Eu sempre gostei de cozinhar, de misturar ingredientes e ver o resultado... Meu filho é um ótimo "cobaia" para minhas experiências culinárias... Raramente ele pede que eu não faça mais determinado prato, mas, como eu nunca consigo repetir uma receita exatamente como fiz uma vez, eu acabo fazendo alguma variação que ele consegue comer "na boa".
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Guardei minha vontade de comer feijão verde para sábado. Vou procurá-lo mais longe de casa!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
De pés no chão!
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Gente, essa novela tem me tirado do sério... hoje teve mais um capítulo, mas nem vou comentar, para não aumentar minha raiva e meu nível de estresse...
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Prefiro falar dos encontros que tive ontem à tarde, na faculdade, enquanto aguardava para ser atendida na Secretaria Geral de Cursos. Como encontrei minhas coleguinhas "na hora do recreio", conversamos muito "miolo de pote"... ;-)
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Da admiração ao sapatinho bonito, mas muito pequeno para um pé como o meu (número 38!), usado por Verônica, passamos a falar sobre calçados em geral. Eu lembrei logo que meus pés adoram estar descalços... um vício que eles adquiriram quando ainda eram obrigados a usar meias soquete com sapatos tipo "boneca"...
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Aqueles sapatos eu adotei como meus com meus prediletos para sempre! Com ligeiras modificações, é o calçado do meu dia-a-dia. Mas as meias eu dispensei tão logo deixaram de me ser cobradas.
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Uma das grandes vantagens de ter vivido boa parte da infância na praia é ter crescido com os pés (literalmente) no chão! Não lembro direito, mas acho que nunca usava chinelos em casa... (na foto ao lado, meus "pezinhos" para cima. na praia do Gunga, em Alagoas)
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Nas minhas lembranças, meu primeiro chinelo foi uma "japonesa" (engraçado como elas mudaram de nacionalidade e hoje são "havaianas"...) vermelha, mas eu já era grandinha.. talvez já tivesse atingido uma idade de dois dígitos! Antes delas, lembro que gostava de usar meus sapatos como chinelos (lá em casa, esse uso era chamado "achichelar os sapatos" e era muito coibido!), quando não dava para estar descalça...
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Bem, viver sem sapatos era muito bom, mas trazia alguns contratempos...
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Quando a gente morava no Gonçalo, um dos lugares prediletos para brincarmos era a "igrejinha", uma capela abandonada que havia na nossa rua, pouco antes do início da "mata". Acontece que o local também era muito usado pelas cabras da vizinhança (que deixavam o chão coberto de cocô... um cocozinho muito bonitinho, bem parecido com as "olivas" que colhíamos no convento dos capuchinhos, no Cabo Branco...
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Na foto acima, a setinha vermelha aponta para a nossa casa... a cruzinha amarela marca a "igrejinha", era 1957 e nossa "mata" já começava a dar lugar ao enorme loteamento que hoje é Manaíra...
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Ao lado da igrejinha, havia muitas fruteiras. Era a "antessala" da nossa deliciosa mata de cajus e araçás! Passei muitas tardes por ali...
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E ali eu conheci aquelas enormes "formigas de roça", cujas "mordidas" pareciam querer arrancar pedaços de nossos corpinhos; as terríveis "lagartas de fogo", que eu achava lindas, mesmo conhecendo a dor que causavam; e os "bichos de pé"... esses eram meus grandes inimigos ali!
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Acho que não se passava uma semana sem que mamãe tivesse que fazer uma "operação" em um de nós, para extrair aqueles bichinhos que adoravam morar em nossas unhas dos pés...
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Como papai sabia que certamente teríamos contraído alguns vermes por ali, nos dava um "purgante" enjoativo para beber, vez por outra... eu detestava beber aquilo, mas não havia como escapar!!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Cosme e Damião
domingo, 27 de setembro de 2009
De cachimbos e cachimbeiros...
Bem, cachimbo, na minha vida apareceu muito precocemente...
sábado, 26 de setembro de 2009
E tem carrossel de cavalinhos, porque hoje é sábado!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Amigo de infância
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A afinidade que existe entre nós só seria maior se ele gostasse de dançar... Mas aí talvez ficasse chato, pois eu poderia me apaixonar por ele e, quem sabe, nossa amizade fosse contaminada por sentimentos que nós dois deploramos, como ciúme e posse...
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Jorginho foi meu colega de trabalho, ainda que nunca tenhamos sido parceiros em projeto algum. Enquanto eu era analista de desenvolvimento de sistemas de informação (acho bonito esse nome... muito melhor do que o velho "analista de processamento de dados", do tempo em que comecei na profissão...), ele era analista de pesquisa operacional (basicamente, desenvolvia modelos matemáticos para otimização de processos...).
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O pessoal da "p.o." sempre foi a elite da nossa equipe e eu admirava muito aqueles pequenos gênios... Como a maioria deles era oriunda do Recife, foi muito natural a amizade que surgiu entre mim e toda a equipe, só que Jorginho e Godói (os solteiros do grupo) logo se tornaram meus melhores amigos na Empresa.
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Formamos uma espécie de família pernambucana aqui na Bahia... Nosso "irmão mais velho", Jabes, nos acolhia em casa e seus filhos nos consideravam tios. Jorginho e Godói eram os irmãos que eu não tinha aqui... com a vantagem de se interessarem em me conhecer os gostos (meus irmãos verdadeiros achavam que me conheciam, pois uns me viram nascer, outros cresceram comigo...), em me chamarem para sair, me olharem como adulta.
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Com Jorginho eu ia (e vou, até hoje) principalmente a programas culturais, como teatro, cinema, balé... Godói era companhia, preferencialmente, para a praia, o bar, e a dança (esse sim, adorava dançar, como eu!)... Com ambos, eu frequentava a casa de Jabes, onde jogávamos WAR, buraco e sei-lá-mais-o-quê (e onde fazíamos festas muito animadas, que sempre acabavam em frevo rasgado!) e, mais tarde, a de Abilene, como passávamos dias deliciosos rindo, bebendo e brincando na piscina e comendo as delícias que só ela (entre nós) sabe cozinhar...
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Foram "os meninos" que cuidaram de mim e que me ajudaram muito quando Erick nasceu... Era com eles que eu contava para fazer minha feira, levar Erick à emergência médica (quando ele precisava), enfim, essas coisinhas que a família faz pra gente...
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Godói foi embora para Recife e desde dezembro que perdi o contato com ele...
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Jorginho continua muito presente na minha vida e eu espero que ele não me abandone também!!
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Hoje, depois de assistir aula, resolver alguns pequenos problemas (e não conseguir resolver outros), fui à bilheteria do TCA comprar ingressos para ir com ele ver a Spok Frevo Orquestra (http://www.youtube.com/watch?v=g57IiOZsdLg) no próximo domingo. Ao chegar em casa, encontrei um pacote da Saraiva... pensei logo que seria "arte" dele... e estava certa... Ele me mandou o dvd Carioca ao Vivo, de Chico Buarque...
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Jorginho nunca erra, quando me dá um presente! (ao contrário de meus irmãos mais velhos... dois deles, por não me conhecerem direito, até já me deram réguas de cálculo de presente!!) ;-)
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Não gosto de leite!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Lembranças geladas, ainda que não tão frescas...
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Primavera!!
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Quando eu era pequena sempre esperava que uma prima chamada Vera aparecesse lá em casa... Mamãe sempre falava que a Primavera chegava em setembro... eu queria que ela viesse para o meu aniversário e me trouxesse algum presente!!
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Aliás, esse ano eu até posso considerar que ela chegou como eu esperava antigamente, pois além das begônias que Américo deixou aqui no prédio logo cedo, ganhei rosas de Jorginho... "Minha casa" (que tem muito verde) está bastante florida!! Só falta brotar outra "florzinha-que-não-sei-o-nome" no vasinho que mantenho na janela da área de serviço...
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É uma daquelas plantinhas cujas sementinhas são vendidas em envelopes nos supermercados... Eu comprei quando vim morar aqui, em março do ano passado. O envelope era ilustrado com um buquê bem cheia e muito colorido... Achei que não custava tentar... Semeei em um vaso de tamanho médio e ela já floresceu duas vezes... cada floração foi de apenas uma flor, mas sempre uma flor encantadora, com a qual posso conversar durante uma semana!
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As flores sempre me encantaram... quando morávamos em Recife, nossa casa (era alugada, mas, na época, era nossa!) tinha um jardim muito rico em flores, apesar de não ser tão grande, pois quase toda a área era ladrilhada e só havia canteiro ao longo dos muros...
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Havia um pé de muguet, que para nós era "mimo-do-céu", que dava lindos cachos cor-de-rosa e brancos (ou seriam dois pés emaranhados?), que eram constantemente pedidos por pessoas que queriam usá-los em buquês de noivas. Também havia vários pés de um trepadeira amarela que conhecíamos como "dedal-da-rainha", que estavam sempre floridos.
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Alem dessas, lembro de umas flores (acho que também era trepadeira) estranhas que chamávamos "flores-de-madeira" e que eram muito usadas em arranjos natalinos pela família toda... Se não me falha a memória, essas foram, inclusive, objeto de uma proposta de compra por uma floricultura (que parece que costumava comprá-las à dona da casa, d. Yolanda)... não lembro se mamãe as vendeu...
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Naquele jardim também conheci uma flor da qual eu não gostava muito... Era chamada, pelo menos por nós, "camarão"... Hoje em dia já não a considero feia, mas era assim que eu achava naquela época... feinha e sem perfume... totalmente sem graça, quando comparada às companheiras de jardim...
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Eu não a achava bonita, achava que parecia comigo...
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A pose da foto foi na frente do enorme pinheiro que havia na frente da casa... Nela estou com meus irmãos: Bartolomeu, Felipe, Fernando (ajoelhado) e Martinho (de costas, acho que estava mostrando algo a Bartolomeu...)
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Cidade Pomar
domingo, 20 de setembro de 2009
Festejando!
Meu aniversário... Sempre planejo comemorar, um dia, essa data à altura... Com uma festa de arromba, num local tão bonito quanto o La Tertulia (onde celebramos o centenário de nascimento de papai) ou como aquele onde aconteceu o baile de formatura de Thaciana... Se bem que isso não é mesmo tão importante... O que importa mesmo é que a festa seja muito alegre e dançante!! E que acabe em frevo e ciranda, como as melhores festas da minha vida!
.Acho que farei a festa nos meus 100 anos (não está tão distante, essa data... são só mais 42 anos...)!! Como continuo mantendo laços de amizade com jovens da faixa dos vinte, acho que vou convidar muita gente "sex(y/agenária)" para o evento... ;-) Claro que pretendo ter a presença de gente da minha faixa etária também... não gosto de exclusividade, quero comemorar meus cem anos, também, com quem conheceu o mundo antes da internet!!
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Minha primeira festa de aniversário de que tenho lembrança foi em Recife... quando completei 22 anos...
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Naquela época meus irmãos que foram meus contemporâneos de universidade já estavam formados, e casados, e eu morava com amigas em um apartamento na Ilha do Leite. A festa foi para comemorar não só o meu aniversário, como também o de Ely, namorado de minha colega de apartamento Fátima...
Foi uma festa de estudantes sem grana, mas foi muito animada, pois ali moravam estudantes de Engenharia, Odontologia, Economia, Arquitetura e Medicina... O apartamento ficou pequeno (já era pequeno, mas encolheu ainda mais!) para tanta gente e eu nem lembro quem compareceu... Só lembro que estava muito alegre e que Fátima comentou com Ely que eu havia "bebido todas"... ele, que na qualidade de meu "irmão mais velho" (já que eu não tinha irmão nenhum ali e ele tinha duas ou três irmãs, além da namorada e as irmãs dela) andara me observando, disse que eu bebera sim, toda a Fanta a que tinha direito... ;-)
sábado, 19 de setembro de 2009
Preciso estudar!!
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Você Faz o Show
Bem, voltando à Lolita, era ela linda (eu achava!) e tocava castanholas quando cantava músicas espanholas... Eu adoraria ter um par de castanholas e aprender a dançar aquelas músicas... usando aquelas roupas (que eu imaginava serem muito coloridas, quando as via em preto-e-branco... o vermelho seria a cor predominante!), aquele xale, aquele cabelo preso por um pente (mil vezes mais bonito do que as "marrafas" decoradas de fita de veludo e vidrilhos, que eu não tinha, mas via nas cabeças de algumas moças...) e adornados por uma rosa vermelha!
Meu gosto por saias rodadas e roupas coloridas (à moda cigana) me acompanha desde criança!
Em relação ao programa de auditório, eu lembro que ele durou muitos anos e que eu continuei gostando de assisti-lo por muito tempo. Uma coisa que acabo de lembrar é que as cortinas eram abertas quando o programa começava e que no encerramento os apresentadores e outros casais dançavam (pelo menos está registrado assim na minha memória!)... eu adoraria aprender a dançar!
Minha mãe gostava de dançar, sempre a ouvi comentar sobre isso (talvez o fato de papai "não se completar" tivesse a ver com o fato de que ele não dançava...). Lembro que ela ensinava alguns passos de dança a meus irmãos, quando eles começavam a sair para festas e a namorar... A mim, nada disso foi ensinado... Que inveja daqueles "meninos"!
Um dia, não sei através de que meio, recebi uma foto autografada por Lolita Rodrigues, que foi parar no meu "álbum de artistas"... a foto era oferecida a mim, mas não fora eu a pedir!
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
TV à tarde
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Temporada de caça
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Lembro de quando Erick era pequeno e o Colégio Aplicação estava sendo inaugurado com uma enorme campanha publicitária, que envolvia até matéria de várias páginas em revistas de grande circulação, o que ainda não era comum aqui em Salvador no início dos anos 90. Minha rejeição por aquela escola foi muito grande!
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Na realidade, devo ter algum problema psicológico, pois sempre acabo rejeitando o que é muito "badalado"...
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Bem, mas falar em escola é algo que me agrada... Afinal, minha vida escolar começou bastante precocemente (se considerarmos os anos 50, pois nos dias de hoje a coisa é diferente...) e parece que não vai acabar tão cedo...
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Em meu primeiro ano na Escola Modelo (acho que foi 1956...), mais ou menos nessa época, eu lembro que tivemos uma festa para celebrar a primavera... É incrível, pois até "carro alegórico" teve (lembro do desfile dos carros, mas não lembro onde aconteceu... deve ter sido naquela área que era ocupada pela EME, pelo Lyceu e pela escola de Professores...).
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Eu fiquei morrendo de inveja das meninas que se fantasiaram e desfilaram em cima dos carros (eu conhecia a "Mulher Rendeira", que era filha de um primo de meus pais, e a "Chapeuzinho Vermelho", que era minha coleguinha de sala...), mas participei da banda de música que se apresentou sobre um palco, como se vê na foto...
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Eu apareço à direita da foto, na fileira de trás, sou a primeira menina... Estou prestando muita atenção ao maestro (de fraque e com jeito de mandão... parece maior que todos nós!), para não errar o momento de tocar meu triângulo...
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Além dessa festa, que foi noturna, também plantamos, toda a turma junta, uma árvore... não sei se a festa foi meus no "dia da árvore" ou dia seguinte, só sei que gostei muito daquilo tudo e mais ainda de ter ganho esta foto! É... eu tenho um filho, escrevo um blog e ajudei a plantar uma árvore... como não sou homem, até que não estou "mal na foto"... ;-)
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Os instrumentos que tocávamos eram: "pauzinhos", triângulo, pratos, copos, bombo (ou tambor) e um outro que não aparece na foto, mas que eu lembro que havia disponível por lá... Era uma espécie de chocalho feito com tampinhas de refrigerante (elas eram desmanchadas às marteladas, transformando-se em discos semi-planos) enfiadas em um arame e presas a um cabo... Eu gostava daquele instrumento!
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Não lembro da música que tocamos nem de termos ensaiado nada...
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Olhando a foto, fico pensando onde estão estas crianças... quem são elas...
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Bem, essa lembrança me veio a propósito das propagandas que vi hoje pela manhã, de colégios e escolas infantis, cada uma anunciando suas vantagens pedagógicas... Tomara que elas proporcionem às suas crianças momentos que elas relembrem 53 anos depois e sintam saudades!
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Um defeito de fabricação, um trauma!
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A princípio, achei que se tratasse de uma comédia com título de duplo sentido e que, na verdade, seria apresentada alguma coisa sobre um granjeiro que vendesse pintos na feira e que os perdesse no caminho... algo parecido com uma historinha que eu li em um livro escolar de uma menininha que ia vender ovos na feira e os quebrou no caminho, destruindo o castelo de sonhos que ela construía a partir do que esperava ganhar com a venda dos ovos...
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A peça que vai estrear hoje aqui trata mesmo de um homem que perdeu o pênis. Pelo que ouvi no Multicultura, ele vai a uma festa de Santo Antônio e ao voltar para casa descobre que perdeu o pinto...
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No instante em que ouvi a explicação, disse para Erick que já tinha assunto para postar aqui hoje... Expliquei a ele que quando eu era pequena, naquele mundo masculino em que fui criada, eu esperei muito que meu pinto crescesse...
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Eu nunca vira minha mãe ou mesmo minha irmã sem roupas (também não conhecia a nudez de nenhum adulto do sexo masculino, mas isso não vem ao caso), mas via meus irmãos menores (e os anjinhos que estavam nos altares das igrejas) e ouvia falar que os maiores também tinham pinto... Só eu não tinha um e não podia fazer xixi em pé sem molhar minhas pernas...
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Leoa "pega jacaré"?
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Como tive que "correr" o bairro todo em busca de um caixa eletrônico do Banco do Brasil cuja impressora estivesse funcionando (precisava escanear e enviar os comprovantes de pagamento de pedidos de alguns livros que fizera aos sebos) e depois fazer o almoço, acabei deixando meu exercício para amanhã... Não gosto de deixar certas coisas "para amanhã"!
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Mais uma vez, voltarei a falar sobre a Tambaú de minha infância...
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Naquela época em que moramos no Gonçalo, pudemos desfrutar de uma praia quase que particular... (já falei sobre isso? Bem, pelo menos já pensei em falar...)
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Poucas eram as casas (em geral, de veraneio) daquela região. Não havia praticamente casa nenhuma além da "igrejinha"... lembro que havia um casebre onde morava um carvoeiro que fazia carvão ao lado de sua casa... Não tínhamos mais fogão a carvão, mas acho que ele nos vendia carvão para ser usado em um fogareiro de barro onde se assava carne de sol na brasa (sobre o fogareiro era colocada uma grelha)... Papai gostava muito daquele prato, principalmente se tivesse uma camada de gordura, que depois de assada ficava meio transparente... Eu achava lindo, mas a gordura me causava nojo... pior do que aquilo, só o "tutano" que papai extraía dos ossos (acho que era quando comia carneiro) e comia com muito gosto... Eu morria de nojo daquilo!
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Pois é... do jeito que eu rejeito gorduras, deveria ser bem magrinha... ;-)
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Voltando à praia...
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Lembro que naquela época já havia uma estreita "pista" asfaltada que foi "engolida" pela maré quando morávamos lá... A pista era muito mal feita... acho que era apenas asfalto sobre a areia! O mar cavou tudo por baixo e nós, quando brincávamos de "bandido e mocinho", nos escondíamos sob a camada de asfalto... (não, não tínhamos juízo nem noção de perigo, mas a camada era tão fina que talvez nem não machucasse tanto, se caísse sobre nós...)
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Naquela época eu passava as manhãs inteiras à beira-mar, não nos faltava diversão ali! Os banhos de mar eram animados, os meninos gostavam de "pegar jacaré" (mamãe também gostava) mas eu preferia ficar fora da região onde as ondas quebravam... minhas experiências com jacaré eram trágicas... eu sempre acabava me sentindo dentro de um liquidificador, com os cabelos entranhados de uma areia grossa cuja posterior retirada me era penosa...
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Se minha "juba" sempre foi farta e difícil de ser domada, imagine (ou observe na foto...) como era há 50 anos...
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Eu vivia na praia, não havia shampoo (às vezes, mamãe lavava meus cabelos com Sabão Aristolino, uma coisa terrível, pois quando caía nos olhos ardia como se fosse uma brasa queimando...), creme para desembaraçar, para pentear... No máximo, havia Óleo Palmolive, para amenizar a situação...
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Na realidade, eu fugia de quem quisesse lavar meus cabelos ou me pentear... Foi nessa época, sob uma aliança do sol com os hormônios da puberdade, que meus lindos cachichos se rebelaram para sempre!
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Para poder ficar "no fundo", longe do perigo das ondas quebrando, eu usava boia de câmara de ar ou mesmo a ajuda de algum "cavalete" (pedaço de pau de jangada que a gente encontrava na beira mar e resgatava, guardando para nosso uso).
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A praia particular nos permitia até ter palhoça privativa construída na areia e trampolim dentro do mar...
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Quando eu era menorzinha, lembro que havia um trampolim muito bem feito (tinha até escada e plataforma, fixa, para os saltos!), que não era "nosso" e que depois foi feito um novo (acho que esse era nosso, sim, ou de nosso vizinho, o que seria a mesma coisa...) bem mais simplezinho e perigoso. Acho que nunca subi naquilo!
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Anos depois, aquele "trampolim" virou "o toco" que assustava e ameaçava a todos que tomavam banho de mar ali... lembro das tentativas de se "arrancar o toco", mas não era fácil... ele sobreviveu ameaçando e provocando acidentes até a época em que eu ia lá com Erick pequeno...
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Como éramos mal-educados!!
domingo, 13 de setembro de 2009
Na sombra das gameleiras
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Aninha já me falou que isso não é problema, desde que eu conte novamente a mesma versão... ;-)
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Hoje, lendo o maravilhoso A Soma dos Dias, de Isabel Allende, sinto-me autorizada até a mudar a versão... Como diz a autora, o que vale é que é contado, é não o que realmente aconteceu... e a gente sempre pode contar de um modo diferente... focalizando um ou outro aspecto da lembrança...
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Bem, desde o início eu alertei sobre a criatividade atribuída à minha memória!
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Erick está lendo o livro de seu "tio Bartô" e tem vindo constantemente a mim, perguntar sobre divergências entre o que Bartolomeu registrou no livro e o que ele me escutou falar desde pequeno... (ele sempre mostrou muito interesse pela família, provavelmente porque seu convívio com os tios e primos sempre foi limitado ás férias escolares...)
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O mesmo fato, contado por narradores diferentes, muitas vezes parece ser outro fato... Acho que são "instantâneos" tirados com câmeras diferentes, de diferentes ângulos!
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Das lembranças que trouxe da viagem de João Pessoa, gostaria de falar sobre a "gameleira"... Essa árvore frondosa e de tronco enorme que oferece uma sombra generosa à calçadinha de Tambaú já teve a companhia de algumas "irmãs", lembro que eram "as gameleiras", no plural!
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Lembro também que foi ao bater na raiz de uma delas que papai virou o jipe numa noite (acho que era noite de Natal...), voltando de uma visita á um de seus primos prediletos (o único deles que eu gostava de visitar: Luiz, cuja mulher era minha madrinha Bezinha). Em seu livro, Bartolomeu diz que a virada aconteceu em 1963, mas eu acho que foi em dezembro de 1960, antes de mudarmos para o Recife...
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Como Bartolomeu vasculhou os livros contábeis de papai, deve ter razão, mas eu ainda acho que em 63 Fernando já era muito grande para estar no colo de mamãe... enfim, como ele era tratado com muito "dengo", por causa do tratamento que fazia para a dilatação do esôfago queimado, é possível que estivesse mesmo no colo e Martinho atrás, comigo...
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Voltando à gameleira, fiquei cismada com esse nome... Sempre chamei o fruto que caía dela de "castanhola", achei que deveria ser, então, "castanholeira"... Resolvi investigar e vi que o nome é devido à aplicação da madeira da árvore (fabricação de gamelas) e não a seus frutos. Aqui na Bahia a situação é bem mais regular... a árvore é chamada amendoeira e o fruto é a amêndoa...
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Aqui, aliás, aprendi que aquela frutinha travosa era comestível... Nunca me passara pela cabeça comê-la! Eu até "catava" algumas, mas era para usar nas brincadeiras de "(a)cademia" ou "pedrinha"...
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Pergunto-me agora se os frutos eram mesmo da gameleira, pois as fotos das "castanholeiras", que também vi no "Google imagens", não correspondem exatamente àquelas árvores imensas...
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Se eu rejeitava as castanholas, como compensação, comia uma frutinha de paladar duvidoso (era salobra) que brotava em arbusto á beira-mar (no Bessa) chamada "guajiru" (não lembro se já mencionei isso por aqui...). Há uns cinco anos, conheci um médico de Recife que foi criado em Goiana e que me contou que em cada guajiru mora um "tapuru" (bichicho que dá em fruta podre e que aqui na Bahia é chamado de "morotó"), que se eu comi guajiru, comi tapuru... (argh!!) ;-)