sábado, 16 de janeiro de 2010

Tentando retornar...Com saudades!!

Hoje (sim, ainda é 15 de janeiro, para quem não foi dormir ainda...) faz 46 anos que ganhei meu irmãozinho caçula... Um irmão que chegou quando já éramos todos grandinhos (mesmo Martinho, ainda de calças curtas, já estava na escola e até já sabia ler... já completara seis anos...) e que foi um pouco filho de todos os irmãos...
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Lembro de como esperamos ansiosos o dia de seu nascimento... mamãe queria colocar-lhe o nome do santo do dia. Todo dia eu olhava na "folhinha", torcendo para que não nascesse em dia de santos como Basílio, Severino ou mesmo Hilário... O dia 15 trouxe o nome de Paulo, acho que todos gostamos...
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Como o costume de casa era termos nomes compostos, lembro que partimos para o trabalho de escolha de um complemento adequado ao nome de nosso irmãozinho... Na minha memória está registrado que foi minha a sugestão do Guilherme, mas há controvérsias, que fiquei conhecendo recentemente...
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Que horror!! Comecei a escrever este pequeno texto na noite do dia 15 de janeiro e só agora volto a ele!!
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Retomo com essa foto em que Paulinho aparece pronto para o carnaval... era assim o nosso carnaval... Eu mesma, que sempre adorei fantasias (fossem elas para vestir ou para sonhar), não lembro de ter usado uma antes de começar a conquistar minha identidade, minha individualidade...
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Na foto, Paulinho (aliás, nessa época, provavelmente, já nos tratávamos por "Bola/Bolinha"... depois falo sobre esse tratamento, que foi o único apelido carinhoso que ganhei de um irmão...) está todo "chic", de terninho de linho, botinha, meias... segurando uma "trolança" e usando um chapéu horroroso na cabeça...
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O chapéu foi uma de minhas "obras-primas"... Eu peguei um chapéu de cartolina que distribuíam como propaganda de cerveja (acho que era da Brahma) e recobri um retalhão que encontrei no meio das coisas de costura de mamãe... ainda "apliquei" uma tirinha de feltro preto na borda das abas... pense numa "presepada"...
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O pior de tudo foi enfiar o chapéu na cabeça de Bola (ou melhor, a cabeça dele no chapéu!) e deixar que fotografassem... Pobre criança!
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Pois é... também naquela época eu começava minha "promissora" carreira de "estilista"... andava com mania de costurar... de reformar roupas velhas... nunca fiz curso de "corte e costura", mas me aventurei nesse terreno por conta própria e, como acho que já comentei nesse espaço, com o "apoio luxuoso" de Gil Brandão e seus moldes publicados em revistas mensais...
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Bem, pelo chapeuzinho "maneiro", pode-se notar que eu ia além das roupas... também fazia acessórios! ;-)
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Bem, assim era nosso carnaval de criança... Lembro que mamãe sempre nos comprava um "kit carnaval" (claro que não com essa denominação...) composto de saquinho de filó colorido com confetes (já falei desses saquinhos aqui!!), língua de sogra e apito, máscara de papel cartão, uma outra espécie de máscara... tipo uns óculos estranhos (procurei na internet, para ilustrar minha descrição, mas não encontrei...) que eram presos com elástico e que incomodavam muito... e uma bisnaga plástica (também não encontrei ilustração na internet, acho que foram proibidas...) para a brincadeira do molha-molha...
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Mamãe contava que na sua juventude ela brincava de molhar as pessoas no sábado de carnaval. Era o "entrudo"... Ela falava que se usavam laranjinhas de parafina cheias de água perfumada... "No meu tempo" a água usada já não era perfumada... Com o passar do tempo, o molha-molha, que era brincadeira de criança, virou mela-mela, praticado por adultos, e trouxe muita violência... foi banido...
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Quando comecei o texto, em janeiro, falaria basicamente de minha relação com meu irmão-filho, mas vou deixar o assunto para outra oportunidade.
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Durante todo esse período em que estive afastada daqui, fui tomada por uma enorme preguiça de escrever... talvez seja devida à proximidade do início de meu mestrado, quando sei que não poderei me dar ao luxo de uma preguiça dessas... ;-)
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Minhas lembranças não me abandonaram... Acho que eu que as abandonei um pouco... Elas aparecem, pulam na minha frente, e eu não lhes dou o tratamento e a tenção que merecem... o resultado é parecido com a caixa do quebra-cabeças que comprei para montar com Erick... são três mil pecinhas... miúdas e não muito diferentes... Também comprei um "porta-puzzle" e já começamos a montar o mapa mundi do século dezessete... tomara que terminemos a tarefa ainda no século 21!!
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(e aqui vai mais um texto meio desconexo... talvez o último a ser postado com o auxílio do meu cristalino esquerdo original...) ;-)