quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A árvore!

Mais uma vez, desisti de tentar ir às compras hoje... Até havia combinado com Erick: iria ao shopping sem carro e ele me pegaria lá, quando estivesse voltando do estágio...
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Mas, quando penso em como é desagradável o clima das catedrais de consumo na sua data magna, preferi ficar em casa, ler um pouco, escrever outro pouco... e jogar FarmVille (essa é uma mania que tem me tomado tempo, recentemente... Depois falo dela... e de como me livrei dela!) ;-)
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Bem, voltando aos natais de minha infância, lembro de ajudarmos mamãe nas montagens das duas peças que, para mim, eram o Natal lá em casa...
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A árvore de Natal de mamãe era linda!! Muito delicada, feita de penas tingidas de verde escuro (acho que ela tinha dois estágios, mas não tenho clareza sobre isso...). Não lembro onde aquela coisa tão linda ficava guardada o ano inteiro, talvez fosse numa das estantes de papai, protegidas por aqueles grossos volumes de Revista Forense... Com certeza, era em um lugar que me era inacessível!
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As bolas, de aljôfar, muito frágeis, eram estocadas em uma lata azul enorme (era uma espécie de cubo de cerca de 60 cm de lado), bem velhinha... acho que a lata havia, um dia, contido biscoitos... tinha o formato aproximado das caixas de biscoitos Confiança que papai sempre nos levava...
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Cada bolinha (ou mesmo bolona!) era cuidadosamente protegida com papel de jornal, as maiores ficavam embaixo e as menores sobre elas... Era sempre uma alegria montarmos aquela árvores, desembrulhando com cuidado cada bola e, às vezes, lamentando que uma ou outras se houvesse quebrado...
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Quando encontrávamos uma bola quebrada, sabíamos que não haveria uma substituta à altura... Mamãe, vez por outra, comprava algumas bolas para repor as perdas, mas as novas nunca eram tão bonitas (com o passar dos anos, as novas já eram inquebráveis, uma heresia... bola de Natal há que ser frágil!!)... Nem vinham acompanhadas de uma história, como as que saíam da lata... É... muitas delas mereciam comentários de mamãe, antes de serem colocadas em seu devido lugar na árvore...
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Montar a árvore era um ritual gostoso e havia uma ordem certa para a colocação das bolas. Nossa árvore não costumava ter outros enfeites além das bolas... nada de laços ou festões... Lembro que um ano ela foi iluminada por lampadazinhas coloridas, mas acho que as luzes não eram uma regra...
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Se bem que eu lembro de ter ganho, sei lá de quem, um pequeno moinho de vento metálico, azul com a hélice rosa schoking... Pois esse moinhozinho virou peça de nossa árvore!! Eu ficava toda feliz por contribuir com algo meu para aquela beleza!!
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Ao montar a árvore, começávamos colocando as bolas maiores nos galhos inferiores (as mais simples, ficavam na parte menos visível e as mais rebuscadas ficavam bem na frente!). A distribuição das bolas obedecia sua variação de tamanho, ficando as pequeninas bem perto do topo, onde mamãe enfiava aquela linda ponteira!
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Acho que aquela árvore de Natal era muito antiga e que algumas daquelas bolas eram mais velhas do que eu! (talvez a maioria delas fosse...)
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Havia bolas simples, de tamanhos e cores variadas, mas havia outras trabalhadas... sextavadas, com gomos, com apliques de purpurina... As mais diferentes eram uma que tinham incrustações coloridas... Eram muito bonitas!! Aliás, a ponteira da nossa árvore era desse tipo!!
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Com "o progresso" aquela árvore tão linda, que foi tão importante na minha criancice, sumiu de minha vida... Quando Paulinho era pequeno, lembro que ela ainda era armada... eu mesma tomava a frente para a execução daquela prazerosa tarefa... A gente, pelo menos eu, sempre esperava com ansiedade o dia de montar a árvore... Quando e porque ela foi aposentada??!!
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Lembro que surgiram algumas modas e que mamãe quis aderir, pelo menos a uma delas... a do galho seco envolto em algodão... Aquela não era uma árvore de Natal, para mim!!
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Não sei onde foi parar a nossa árvore e seus enfeites... Não lembro de tê-los visto na casa de nenhum de meus irmãos... Ficou na minha saudade e na minha lembrança!




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