quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

2012

É... não está muito distante o tempo, na linha de minha vida, em que nos referíamos ao ano 2000 como um tempo muto distante no futuro...

Com "apenas" 60 anos, eis que vejo aquele ano outra vez representar um tempo longínquo... só que, agora, no passado...

E estes meus 60 anos hoje me parecem tão pouco... Com 15, eu almejava ter 20, mas achava velho qualquer um que tivesse mais que duas décadas...

Hoje, olhando para o século passado, na distante época dos meus 15 anos, vejo como Foi marcante aquela idade...

Não tive festa de debutante... Talvez eu quisesse tê-la, mas era muito retraída na época e não ousaria pensar em tal coisa...


Me contentei em estar estudando no Lyceu, ter saído do domínio das freiras que me faziam lembrar que eu poderia acabar igual a elas (me colocar em um convento foi plano de mamãe!!), deixar de frequentar as missas dominicais (para alegria de mamãe, comunguei na igreja de Lourdes, no dia de meu décimo-quinto aniversário... foi uma espécie de rito de passagem... não voltei a comungar depois daquele dia e, aos poucos, deixei de ir à missa, uma vez que não me identificava com aquele ritual...) e ganhar uma saia plissada e um blusão de helanca estilo navy... ;-)


O violão eu ganhei um pouco depois, no fim de ano, em uma viagem de jipe para Recife... Papai o comprou em uma loja que ficava, pelo menos como está registrado em minha memória, atrás do cinema Moderno... Foi uma realização para mim!! Viajei de volta abraçada naquele instrumento que, juntamente com aquela roupinha, me faria, no mínimo, parecida com Nara Leão... (mas eu queria mesmo era aprender a tocar como minha prima Carmo!!)

Aquele violão, bem como outro, que comprei quando comecei a trabalhar, foi passado para um dos meus sobrinhos, que, espero, fez melhor uso que eu, que nunca consegui aprender a tocá-lo!!

Pois é... não tenho saudades dos meus 15 anos... não lamento tê-los multiplicado por 4 e quero continuar a multiplicá-los!!

Aliás, uma das motivações do meu retorno ao blog, tem a ver com essa multiplicação da idade, com o passar do tempo, com a relatividade de tudo na vida... Ainda não é hoje que vou falar sobre a morte de meu irmão Marcelo, aquele que classificou minha memória como criativa, que foi meu ídolo por muito tempo e com quem ainda encontrarei em outras vidas, uma vez que não tivemos muito tempo para conviver desta vez... Para esta pirralhada ao lado, 2012 jamais chegaria... Marcelo desistiu de esperar... Dizem que o mundo vai acabar este ano... Será??

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