sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um ponto de vista exclusivo!

Quando tirei o tampão, no dia seguinte à cirurgia, minha visão estava bastante turva. Demorou um pouco até que eu conseguisse abrir, realmente, o olho e voltei a ter a mesma sensação que tivera poucas horas depois da cirurgia de catarata, logo após o olho "acordar"...
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Saí do posto de enfermagem vendo a parede e as janelas, ao longo do corredor do hospital, como que jogadas à minha frente... Tive que me apoiar em Erick para descer a escada e seguir para a sala de espera do médico, que me submeteria à primeira revisão pós-operatória. Foi nessa ocasião, que eu soube, por Erick, que meu olho estava "vermelhão"...
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Quando cheguei na sala de espera, encontrei a senhora que havia sido operada logo antes de mim... O olho dela estava bem vermelho e eu pude imaginar que o meu estaria parecido... Só mais tarde, quando cheguei no carro e olhei no espelho, vi que o meu estava muito pior!! ;-) (estava muito feio, mesmo!!)
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Naquela sala, aos poucos meu olho foi se acostumando com sua nova realidade e eu comecei a enxergar usando prioritariamente o olho direito... O esquerdo parecia estar cheio d'água pelo menos até a metade... Era estranho por ele! Além daquela água, eu via verdadeiras nuvens de mosquitos pretinhos e miúdos, que até tentei espantar, antes de perguntar a Erick se também os via e de descobrir eram exclusivamente de minha propriedade...
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Bem, pacientemente, como me foi recomendado, cuidei desse olho em recuperação e aquela impressão de "água" foi passando... ou eu me acostumando a tê-la comigo... Vi o nível da água baixar a cada dia...
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O médico explicou que a tal água era, na verdade, a bolha de ar que injetara para proteger a retina. Enquanto que os pontos pretos eram a medicação que também havia sido aplicada no local.
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Desde a terça-feira, quando fui fazer minha segunda revisão, o que eu via era apenas uma espécie de lente circular, quando abaixava a vista. Dr, André explicou que, na verdade, a bolha estava na parte superior do olho e que a tendência era que desaparecesse em poucos dias... disse também que a bolha poderia se dividir em duas ou mais... Àquela altura, eu me acostumara a olhar através daquela lente, que pouco a pouco foi ficando meio escura, era como uma lente fotocromática interna... eu gostava do efeito!!
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Pois bem... hoje, quando acordei, tive que procurar minha lente, que havia sumido no olho e que demorou a reaparecer... muito diminuída, mas ainda mais bonita... até lembrava um paetê... e a cor hoje era prata velha... linda!!
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Agora a pouco, ao anoitecer, perdi definitivamente meu "ponto de vista" particular... Vou sentir muita falta dele, mesmo sabendo que sua ausência sinaliza meu sucesso...
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Hoje, antes de sumir, minha lente só aparecia quando eu olhava bem para baixo... Ela se projetava na minha face como uma daquelas pintas que se aplicam nas bochechas das meninas quando as arrumam para dançar quadrilha...
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Gostei de me ver meio pronta para dançar uma quadrilha, o que não faço há muito tempo... Aliás, só lembro de ter vestido roupinha de matuta duas vezes em todas minha vida... Bem pirralha, para o São João da Escola Modelo e adolescente, para a festança do Yayú Clube, da segunda vez que fui passar a festa em Santa Luzia...

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