sábado, 26 de junho de 2010

Um ano... o tempo voa!!

Quando comecei a escrever aqui, tinha intenção de fazer disso um hábito, mas desconfiava muito de que seria, no início, um vício que depois seria abandonado ou substituído por outro... (afinal, nunca fui fiel a vício algum, se um dia os tive...)
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Hoje estou aqui preparando minha centésima vigésima sexta postagem... Retomando o hábito depois de um período de "descanso"... ;-)
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--------------------->>> LONGA PAUSA <<< ---------------------
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Por que tenho tanta dificuldade em retomar hábitos ainda que me sejam prazerosos, depois de um período de abstenção?? Comecei a escrever este texto (quer dizer, escrevi o primeiro e brevíssimo parágrafo...) há nove dias!!
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Bem, neste período assisti a muitos jogos da Copa (não só os jogos do Brasil), estive tão envolvida com isso, que cheguei até a planejar a reforma de uma camisa amarela para usar na "final"... ;-)
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Lembro da primeira vez em que vi o Brasil perder uma Copa do Mundo... Foi a de 66 e eu tinha 14 anos... ~
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Na época, ainda não acompanhávamos os jogos pela TV. Se já havia transmissão direta para o Brasil (ou se essa transmissão chegava ao Nordeste), na TV lá de casa, definitivamente seria impossível assistir a jogo de futebol...
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Com a qualidade da imagem que recebíamos através daquele robusto televisor Standard Electric auxiliado por aquela imensa e instável antena externa (que não respeitava o velho telhado de nossa casa da Pedro II e que, frequentemente, exigia que papai subisse para acalmá-la...), veríamos, no mínimo 50 pessoas e duas bolas em um campo envolto em forte nevoeiro... ;-)
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Era um horror, a imagem que recebíamos diretamente das emissoras de televisão recifenses, antes de instalarem retransmissoras em território paraibano... Hoje, diante da imagem perfeita da TV digital, fica difícil imaginar que sentávamos todos diante do aparelho que nos oferecia aqueles borrões maravilhosos!! ;-)
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Acho que só em 1970 pudemos assistir os jogos da Copa ao vivo, pela TV... E acho que em 1974 já foi a cores... Alguém começou a pisar no acelerador da evolução tecnológica da área...
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Bem, voltando à Copa de 66... Lembro que os jogos eram à tarde e que só "os meninos" e papai (um pouco) acompanhavam aquela transmissão radiofônica complicadíssima!! A maioria de nós limitava-se a gritar GOL, quando ocorria algum... Mas meus irmãos mais velhos ficavam com os ouvidos colados no rádio enorme que havia na sala lá de casa, segurando a cabeça com a mão na testa e prontos para esmurrar o ar com a outra mão... Eu temia chegar perto, naquelas horas, pois facilmente seria vitimada por um daqueles socos... Ninguém podia dar um pio, para eles não perderem nada do que o locutor embolava na transmissão... (eu achava que o latim da Missa era mais fácil que o português das transmissões futebolísticas do rádio...)
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Lembro que, para a maioria de nós, foi muito triste perder para Portugal e que que torci para que os lusitanos fossem derrotados em seguida... Bem lembro mais da alegria pela derrota deles do que da tristeza de me sentir perdedora... Acho que, foi uma das poucas vezes na minha vida que torci contra... Eu não era "pró" os ingleses, mas contra os portugueses que haviam destruído uma de minhas ilusões inexplicadas...
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Como sempre, na época da Copa estávamos cuidando das "comidas de milho" enquanto Portugal perdia para a Inglaterra e me deixava mais conformada. Tia Iná, minha tia materna mais velha, estava lá em casa e ajudava a mexer a canjica, mas me irritava ao torcer por Portugal... Naquela época, eu acho que Cristina namorava um português chamado Américo e ela torcia pelo "cunhado"...
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Lembro que ela mexia a canjica repetindo um "mantra": "que os ingleses fiquem tontos... que caiam todos...", Silenciosa, eu torcia para que ela se queimasse com os pingos da canjica borbulhante!! Ela ainda retirou a colher da panela e saiu pelo terraço da cozinha girando a colher e insistindo no "feitiço" que tentava fazer... Acho que naquele dia ela perdeu toda a credibilidade que eu ainda lhe depositava...
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Eu tinha um respeito temeroso por aquela tia que se dizia leitora de mãos... Ela adorava ler as mãos de todos que apareciam por perto e sempre conseguia ver nas entrelinhas de nossas palmas romances com estrangeiros (em geral, nobres!) e muitas viagens... Ela nunca foi minha tia predileta... era muito diferente de minha mãe!!
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Trazendo a bola de volta para o campo, para concluir a jogada... Hoje eu consigo assistir os jogos pela TV, acho até muito interessante, mas meus comentários, quando feitos na frente de Erick, não são muito bem aceitos... ;-) Como filho, ele não me manda calar a boca, mas acho que desliga o "canal receptor" e não os escuta... ;-)

2 comentários:

  1. Tenho uma amiga que adora imitar Marcia de Windsor naquela propaganda em que ela perguntava ao telespectador sobre o aparelho que ele tinha em casa: "Não é uma Telefunken, não é mesmo?". É hilário.

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  2. Menino, eu nem lembrava mais da Márcia de Windsor!! Obrigada!! ;-)

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