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As lembranças que tenho dali são todas da época em que trabalhava na Petrobras. Nos meus últimos tempos "na ativa", eu estive no Terminal (Temadre) algumas poucas vezes a trabalho. Na verdade, não cheguei a criar vínculos de amizade ali, como criei com os colegas de trabalho, por exemplo, da Refinaria, que frequentei regularmente em diferentes épocas de minha vida profissional.
Mas nas vezes em que fui a Madre de Deus a serviço, "invejei" quem tinha aquela vista maravilhosa à sua frente, sempre que levantasse os olhos do trabalho.
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Lembro que uma outra vez, fui lá (na cidade, não no Terminal) almoçar com os colegas da Refinaria em um lugar chamado, se não me falha a memória, "Pensão de D. Celina". A comida era muito gostosa e feita sob encomenda.
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Hoje eu até perguntei por lá se a tal pensão ainda existia. A primeira garota a quem perguntei, não conhecia, a outra, que trabalha no clube e que se mostrou muito simpática, interessada em que comprássemos ingressos para o show de arrocha que aconteceria ali à noite, indicou onde ficava a pensão, mas eu não cheguei a entender (na realidade, depois do almoço eu já perdera o interesse em localizá-la,,,) ;-)
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Madre de Deus é uma cidadezinha que me lembrou minha praia da infância (aliás, é a praia da infância de uma das minhas amigas e companheiras de passeio... a praia da infância de Márcia).
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Como é uma ilha, lá o mar é muito calmo e nisso não parece com o Gonçalo, mas lembra o Bessa.
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O Bessa, que hoje é um bairro bastante urbanizado e muito populoso, era deserto e muito distante (distante à beça!!) ;-), quando eu era pequena e morava em Tambaú...
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Ir ao Bessa com mamãe e meus irmãos quase todos, era um passeio demorado e cansativo, ainda que muito gratificante. Fazíamos isso vez por outra, caminhando e correndo pela praia, catando conchinhas e búzios e comento guajiru... Como a mata de cajueiros também se estendia por lá, aproveitávamos para colher e nos deliciarmos com seus melhores frutos (os de lá eram maiores que os dos pés que ficavam perto de nossa casa), provavelmente, por estarem mais preservados de visitantes diários...

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Saíamos a passear pela praia, em longas caminhadas que duravam horas e não nos preocupávamos em levar lanche... não lembro sequer de levarmos água! Se tínhamos fome, comíamos alguma fruta "do pé" (além dos cajus, havia mangas, araças... e os tais guajirus...)
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Em Madre de Deus encontramos aquela mesma areia finíssima que havia no Bessa... branquíssima, na faixa seca da beira mar, e que se transforma em uma lama escura e visguenta na faixa molhada... As mesmas "ondinhas de areia", os mesmos "poros" para a respiração da beira mar... no chão molhado... (Márcia achou que eram buracos de pequenos siris...)
Também vimos muitas conchinhas e pequenos búzios espalhados na praia... Aliás, os búzios são "a cara" de Madre de Deus... Estão nos orelhões (que lá são bastante numerosos, se compararmos com a situação de Salvador!) e até nas lixeiras...
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Próximo ao ponto onde deixamos o carro, há uma capela bem pequena e rústica. Lembrou-me nossa "igrejinha" do Gonçalo...
Não que haja alguma proximidade arquitetônica, mas deu para notar que é ali que os pescadores do local vão acender suas velas e fazer seus pedidos e agradecimentos a São Pedro e à Nossa Senhora dos Navegantes... As homenagens a Yemanjá, provavelmente, também são feitas em frente àquele singelo templo...
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A vida naquela cidade parece ser muito tranquila. Vimos pessoas sentadas conversando em frente a suas casas, como também fazíamos em Tambaú nos anos 60... Eu até cheguei a pensar que gostaria de morar em um lugarzinho como aquele, mas, na realidade, acho que não conseguiria... Cidade grande vicia...
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Bem, ficamos "de molho" no mar de Madre (como diz Cleide, enquanto não vamos a Madri...) por algumas horas... jogamos tanta conversa fora, que quando resolvemos sair e procurar um lugar para almoçar a maré estava bem mais alta! ;-)
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Voltei para casa um tanto mais avermelhada e com a roupa impregnada daquela areia microscópica que penetra até mesmo nas malhas mais fechadas... Mas muito feliz e relaxada... que venham novos passeios com esse grupo... o próximo, deve ser para o Forte de São Marcelo... Viva o turismo "ultra-doméstico"!
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