sábado, 7 de novembro de 2009

Madre de Deus

O dia de hoje foi diferente e muito agradável. Fui a Madre de Deus com Cleide, Márcia e Luzia.
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As lembranças que tenho dali são todas da época em que trabalhava na Petrobras. Nos meus últimos tempos "na ativa", eu estive no Terminal (Temadre) algumas poucas vezes a trabalho. Na verdade, não cheguei a criar vínculos de amizade ali, como criei com os colegas de trabalho, por exemplo, da Refinaria, que frequentei regularmente em diferentes épocas de minha vida profissional.
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Mas nas vezes em que fui a Madre de Deus a serviço, "invejei" quem tinha aquela vista maravilhosa à sua frente, sempre que levantasse os olhos do trabalho.
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Lembro que uma outra vez, fui lá (na cidade, não no Terminal) almoçar com os colegas da Refinaria em um lugar chamado, se não me falha a memória, "Pensão de D. Celina". A comida era muito gostosa e feita sob encomenda.
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Hoje eu até perguntei por lá se a tal pensão ainda existia. A primeira garota a quem perguntei, não conhecia, a outra, que trabalha no clube e que se mostrou muito simpática, interessada em que comprássemos ingressos para o show de arrocha que aconteceria ali à noite, indicou onde ficava a pensão, mas eu não cheguei a entender (na realidade, depois do almoço eu já perdera o interesse em localizá-la,,,) ;-)
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Madre de Deus é uma cidadezinha que me lembrou minha praia da infância (aliás, é a praia da infância de uma das minhas amigas e companheiras de passeio... a praia da infância de Márcia).
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Como é uma ilha, lá o mar é muito calmo e nisso não parece com o Gonçalo, mas lembra o Bessa.
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O Bessa, que hoje é um bairro bastante urbanizado e muito populoso, era deserto e muito distante (distante à beça!!) ;-), quando eu era pequena e morava em Tambaú...
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Ir ao Bessa com mamãe e meus irmãos quase todos, era um passeio demorado e cansativo, ainda que muito gratificante. Fazíamos isso vez por outra, caminhando e correndo pela praia, catando conchinhas e búzios e comento guajiru... Como a mata de cajueiros também se estendia por lá, aproveitávamos para colher e nos deliciarmos com seus melhores frutos (os de lá eram maiores que os dos pés que ficavam perto de nossa casa), provavelmente, por estarem mais preservados de visitantes diários...
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Saíamos a passear pela praia, em longas caminhadas que duravam horas e não nos preocupávamos em levar lanche... não lembro sequer de levarmos água! Se tínhamos fome, comíamos alguma fruta "do pé" (além dos cajus, havia mangas, araças... e os tais guajirus...)
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Em Madre de Deus encontramos aquela mesma areia finíssima que havia no Bessa... branquíssima, na faixa seca da beira mar, e que se transforma em uma lama escura e visguenta na faixa molhada... As mesmas "ondinhas de areia", os mesmos "poros" para a respiração da beira mar... no chão molhado... (Márcia achou que eram buracos de pequenos siris...)
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Também vimos muitas conchinhas e pequenos búzios espalhados na praia... Aliás, os búzios são "a cara" de Madre de Deus... Estão nos orelhões (que lá são bastante numerosos, se compararmos com a situação de Salvador!) e até nas lixeiras...
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Próximo ao ponto onde deixamos o carro, há uma capela bem pequena e rústica. Lembrou-me nossa "igrejinha" do Gonçalo... Não que haja alguma proximidade arquitetônica, mas deu para notar que é ali que os pescadores do local vão acender suas velas e fazer seus pedidos e agradecimentos a São Pedro e à Nossa Senhora dos Navegantes... As homenagens a Yemanjá, provavelmente, também são feitas em frente àquele singelo templo...
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A vida naquela cidade parece ser muito tranquila. Vimos pessoas sentadas conversando em frente a suas casas, como também fazíamos em Tambaú nos anos 60... Eu até cheguei a pensar que gostaria de morar em um lugarzinho como aquele, mas, na realidade, acho que não conseguiria... Cidade grande vicia...
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Bem, ficamos "de molho" no mar de Madre (como diz Cleide, enquanto não vamos a Madri...) por algumas horas... jogamos tanta conversa fora, que quando resolvemos sair e procurar um lugar para almoçar a maré estava bem mais alta! ;-)
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Voltei para casa um tanto mais avermelhada e com a roupa impregnada daquela areia microscópica que penetra até mesmo nas malhas mais fechadas... Mas muito feliz e relaxada... que venham novos passeios com esse grupo... o próximo, deve ser para o Forte de São Marcelo... Viva o turismo "ultra-doméstico"!

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