sábado, 24 de julho de 2021

Revendo e aprendendo

 

O tempo passa muito rápido para pessoas que estão no tempo há muito tempo e acelera por qualquer motivo besta... quanto mais quando estamos no isolamento da pandemia viral do século XXI!!

Pois bem, recentemente – mas talvez já há um ano – conheci um poeta cordelista muito bom e acabamos ficando amigos. Allan – que além de ser um poeta maravilhoso, antenado e atinado também é um músico de primeira linha  – tem promovido encontros culturais entre artistas populares (poetas e músicos) e tem me convidado. Ali eu me sinto uma plateia ultraprivilegiada... adoro!!

Acontece que ficar em um ambiente daqueles – fechado e com as pessoas muito próximas e compartilhando o mesmo ar impregnado com o vírus da poesia – acabou me contaminando. Tive uma crise aguda depois do último encontro e acabei “expelindo” meu primeiro escrito rimado... 

A crise deixou sequelas e eu tenho me pegado buscando rimas para completar meus pensamentos... não sei se é virose besta e vai passar logo, ou se vai cronificar, que nem estas crônicas que têm ficado...

Amém??  Ah... menos!! Amemos!!!

Chego quieta e caladinha
Tomara que ninguém me veja...
Vim pra ver a ladainha
Que se reza nesta igreja!

Um cara, feito um porteiro,
Me entrega um papelzinho
Uma espécie de roteiro
Pra seguir aquele caminho

Papel cheio de frase complicada
Sempre seguida de um amém
Fico logo bem cismada 
E pensando: aqui tem...

Fico muito incomodada
Tiro o grampo do cabelo
Sacudo a juba desgrenhada
E grito  num apelo:

Gente, não digo pra vocês pararem 
De rezar se lhes faz bem
Mas tirem o acento do amém
Se abracem, se beijem e se amem! 

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