domingo, 4 de outubro de 2009

À mesa

O restaurante onde almoçamos ontem me trouxe muitas lembranças. Como eu estava na companhia de pessoas queridas, mas que não fazem parte, pelo menos diretamente, de tais lembranças, guardei-as para lhes dar um tratamento mais adequado aqui... com os botões e as teclas do meu computador...
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O aspecto rústico do restaurante me remete à simplicidade das casas onde morei com meus pais e para as casas de meus avós, que pouco frequentei, quando menina (se bem que quando fui morar em Recife, já adolescente para fazer faculdade, virei frequentadora assídua da casa de meus avós maternos...)
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Acho que o pátio arborizado e os bancos de madeira poderiam ser compostos com peças extraídas de uma ou outra das casas por onde andaram Lucinha, a "pirralha Lúcia ou mesmo Tutica...
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Em nenhuma dessas casas, encontrei ambientes ao ar livre para refeições, mas em algumas delas vi quintais enormes, que talvez nem fossem tão grandes assim... Também não havia móveis tão pesados e rústicos, mas algo neles, talvez o verniz de memória que os revestia, os deixava com o mesmo tom escuro e sólido da mobília (de pouca mobilidade, devido ao peso!) do aconchegante restaurante que ontem foi nosso oásis...
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A figura do oásis entra na história não para matar nossa sede, pois todas estávamos munidas de garrafinhas de água; ou nossa fome, que aplacamos com deliciosos cookies de café... mas para nos lembrar que, para chegarmos à praia (cujo aspecto, não conhecíamos exatamente, pois a maré já subira bastante e as imagens que havíamos visto na internet eram de preamar...), teríamos que vencer alvas dunas, cujas areias , àquela hora, deviam estar escaldantes...
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Os bancos do restaurante me lembraram muito um que havia lá em casa, parecido com o da foto ao lado... Não lembro da presença daquele banco na Pedro II, quando nossas refeições eram feitas na copa... No Gonçalo, no entanto, ele estava sempre lá... Acho que um dia o colocaram, talvez por engano, no caminhão da mudança, de volta, depois do veraneio...
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Também não lembro daquele banco ter sido comprado na feira ou em qualquer outro lugar... ele simplesmente existia na casa da praia... sempre teve aquele aspecto de velhice e de espaço quase infinitamente expansível... Acho que nosso banco foi oriundo de quando a casa da praia ainda era de vovô...
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Além do banco, também havia lá em casa una tamboretes eternos, pelo menos para mim, pois sempre foram velhos... Eram de madeira com assento de couro curtido e durante muito tempo um deles me foi destinado (um dos dois pequenos, ao "tamboretão" eu nunca tive direito... era sempre para os menores e eu não consigo lembrar do tempo em que fui "menor"...) ;-)
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O uso daquele velho banco foi uma solução inevitável para a falta de cadeiras e de espaço à mesa de refeições, quando a família começou a se expandir do mesmo modo... Claro que acabou sendo superado e as refeições familiares (em datas onde a população da casa crescia além de sua capacidade sustentável) sendo expandidas por toda a casa...
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Aquelas ocasiões eram especialmente gratas a nossos pais. Pena que eles nunca tiveram oportunidade de reunir a família inteira... Lamentavelmente, na maioria das vezes, eu era uma das figuras ausentes...

2 comentários:

  1. Nos finalmentes do seu final de semana, só faltou uma espriguiçadeira antiga de lona, para o merecido descanso de seus pezinhos em? Diogo lhe deve esta! bjin

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  2. Na realidade, Diogo me deve mais... me deve o mar, a beira mar... Mas a culpa nem é dele... Acabamos deixando "o menino" para oputro dia... ;-)
    Bj!

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