domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos Pais

Hoje foi o Dia dos Pais... Como sou um pouco pai de meu filho, fomos ao cinema juntos para comemorar. ;-)
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Eu não lembro de comemorações desse dia lá em casa, pelo menos quando eu era pequena... Sei que quando já morava fora de casa eu costumava escrever um cartãozinho para papai naquele dia e recebi alguns de volta, depois de sua morte... cartões e cartinhas que eu lhe havia mandado e que ele guardara... Aliás, papai não gostava de jogar nada fora... no que somo0s completamente opostos, pois eu adoro fazer isso!!
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Quando começaram a praticar os "5Ss" na Petrobras, eu vibrei... esvaziei alguns armários cheios de papéis que ninguém sabia sequer se existiam (o que os tornava inexistentes!)
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Já adulta, quando ia de férias "lá pra casa", eu sempre acabava brigando com papai porque tentava arrumar a escrivaninha dele... não havia papeleta que não fosse importante, em meio à bagunça que ele dizia organizada...
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Hoje, que trabalho com Linguística Histórica e com Filologia, agradeço aos que, como ele, não jogavam fora as cartas já lidas e respondidas (ou não, acho que nunca respondeu nenhuma de minhas mensagens...). Alguns de meus colegas trabalham com cartas antigas, uma área em que eu ainda pretendo fazer uma incursãozinha...
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Bem, sobre o dia de meu pai, esse será mesmo o próximo dia 05/09... o dia em que completaria seu, primeiro, centenário e em que reuniremos toda a família (não só os descendentes e suas famílias, mas uma família bastante expandida) numa grande confraternização.
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Festas como essa costumam acontecer na minha família, só que eu, como moro distante e desconheço a maioria família (que também não tem notícia de minha existência), não costumo frequentá-las. É engraçado... da última vez em que fui a uma festa onde havia muitos Medeiros e Cia, cheguei a ouvir de um "primo" que eu não existia antes... que "Darci só tinha uma filha: Sônia!"...
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Bem, como eu tenho certeza que existo, ainda que não no mundo daquele cidadão, respondi que nasci muito depois dele, por isso ele não me conhecia, mas que com certeza eu existia, sim!
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Na realidade, o cara é meu contemporâneo e sempre foi uma pessoa, para mim, muito desagradável... Ele é da idade de Felipe e frequentava festinhas de aniversário às quais nós também estávamos presentes. Ele batia nos menores e eu tinha medo dele. O pai, que era médico, me assustava ainda mais... falava gritando e era muito feio! A mãe também era feia e eu achava que ela era uma bruxa (quando lia história em que apareciam bruxas, elas tinham a cara daquela mulher!)... eu tinha muito medo daquelas pessoas... quando eles apareciam na nossa casa, eu procurava ficar bem longe e não precisar aparecer na frente deles... Quando erámos nós a visitá-los, eu dava um jeitinho de pular o muro para a casa vizinha, que era de minha madrinha e onde eu me sentia muito mais segura!
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Bem, esse povo estará na festa de meu pai, mas acho que em meio a tanta gente, nem vou precisar vê-los!
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Muitas outras pessoas que estarão na festa também não sabem de mim. quando vou ao sertão sempre sou olhada com curiosidade... na verdade, foram poucas as vezes em que fui lá... Depois daquela vez em que fui comer buchada para ter infecção intestinal, só voltei com 16 anos... na época, por alguns anos seguidos (3, talvez...), fui ao São João e em 1970 (ou terá sido em 1969?)fui, com Felipe, fernado e Nilda (cunhada de Bartolomeu), brincar o carnaval... um carnaval muito divertido, por sinal!
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Na foto, apareço em Santa Luzia com Paulinho, na frente da casa de vovó. Devia ser sábado (dia de feira!) pois era o dia em que havia muitos jumentos "estacionados" no "beco" ao lado da casa. Dia de sábado, na casa de vovó Xixica era um alvoroço só... Tia Lilia não parava um minuto, despachando e "fazendo contas" com os "moradores" dela (era, ou é ainda, assim que são chamados os trabalhadores rurais que trabalham nas fazendas, lá no sertão)
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Quando me ambientei em Recife, ficou mais difícil viajar para Santa Luzia, onde eu nunca tive amigos, como meus irmãos tiveram e ainda devem ter...
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Desde que estudei um pouco de Biologia e soube que existem plantas com raízes flutuantes, achei que sou uma metáfora de uma delas... minhas raízes eu não as lancei todas em um só lugar... Algumas estão em João Pessoa, outras em Recife, e uma grande parte estão aqui em Salvador mesmo... Não sobraram raízes para Campina Grande, onde eu nasci, nem para Santa Luzia, que eu visitei tão poucas vezes...
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Aliás, quando eu ia para a casa de minha avó Xixica, minha diversão predileta era ler uma coleção de Seleções no início do século passado... eram revistas bem mais fininhas do que as que papai assinava nos anos 50-60, mas delas já constavam seções que eu conhecia, como "Rir é o melhor remédio" e "Pontos a ponderar"... Em casa, eu nunca lia essa última, pois não fazia idéia do que seria "ponderar", mas na casa de vovó eu já lia... já estava mais espertinha... ;-)
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No quarto em que papai e mamãe dormiam (acho que era o quarto de Jamacy, meu primo bem mais velho que eu e que havia sido criado por meus avós paternos), havia uma estante cheia de preciosidades (além da coleção de Seleções) para eu e deleitar... Lembro que havia alguns números do "Almanaque Tico-Tico", mas não estou certa se era lá, ou na casa de minha avó matera, Vina, que havia uma coleção do "Tesouro da Juventude"...
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Como fui uma criança introspectiva, meu Deus! Como eu lia! Enquanto às vezes me faltava companhia para as brincadeiras infantis, os livros nunca me deixaram sozinha!

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