sábado, 1 de agosto de 2009

Sábado, dia de ir ao cinema

Sábado meio improdutivo... começou até muito bem, pois fui á casa de Américo para orientação relativa a uma monografia que preciso escrever até o dia 17/08 e conseguimos definir algumas coisas importantes e interessantes... mas, infelizmente, me faltou inspiração para começar a escrever o texto (que certamente ainda deverá ser reescrito algumas vezes)...
.
Além da monografia, ainda devo um relatório, para ser entregue no mesmo prazo... Deviam vender disposição e inspiração no HiperIdeal!
.
Essas obrigações acadêmicas atrapalham um pouco meu contato com as lembranças que estou cultivando em canteiros (ou "leiras", como aprendi a falar aqui na Bahia...) que procuro manter adubados e regados de modo a vê-las cumprir integralmente seu ciclo de vida.
.
Sendo hoje sábado, eu havia programado ir ao cinema à tarde, coisa que já não faço a algum tempo, mas outras prioridades apareceram e eu acabei por desistir da ideia...
.
Quando programei o cinema, lembrei de como esse era, para mim, um programa prazeroso desde minha mais tenra infância... Acho que o gosto pelo cinema faz parte, de algum modo, da herança deixada por meus pais... Naquele "álbum de figuras" de mamãe, havia fotos de alguns de seus ídolos cinematográficos... Quanto a papai, contam "os mais velhos" que na época em que nasci, em Campina Grande, assistia a todos os filmes que entravam em cartaz... Como juiz, ele aparecia de surpresa para fiscalizar se a censura etária do filme estava sendo observada pela platéia... (por experiência própria, acho que ele admitia a presença de menores acompanhados!)
.
Por volta dos meus seis anos, ir ao cinema era algo raro (se comparado, por exemplo, ao hábito que mantive com Erick, na mesma fase da vida dele) e talvez até por isso mesmo, muito valioso. Lembro das sessões de cinema no Santo Antônio... íamos ao cinema depois da missa na igreja do Rosário. Acho que o cinema era dos frades de lá...
.
O programa, como lembro, era feito sempre na companhia de mamãe, Felipe e Fernando (não lembro se outros irmãos estavam conosco. Foi com Felipe e Fernado que dividi mais intensamente aquela fase de minha vida).
.
Foi no Santo Antônio que assisti um filme inesquecível estrelado pelos Três Patetas: eles viajam em um trem que transporta uma jaula com um leão (provavelmente, um trem de circo...); em uma cena, um engraxate negro lustra um sapato tranquilamente, quando, inadvertidamente pega o rabo do leão que fugira da jaula e sentara ao seu lado, ao invés da escova de sapatos... a hilariante (graças ao ator negro, e não aos Patetas) cena do susto do engraxate está em minha memória há mais de 50 anos... nós rimos muito ao assisti-la!
.
Peter Pan e Bambi, foram outros dos filmes que assisti naquelas sessões matinais. Esses foram especialmente interessantes porque se perpetuaram em álbuns de figurinhas (onde será que foram parar?!), que além de encherem nossos olhos com a beleza das cenas reproduzidas, ainda ofereciam prêmios (que acho que nunca ganhamos!). Esses mesmos desenhos animados da Disney encantaram Erick em matinais do cinema que havia no Brotas Center, no início dos anos 90!
.
Também no Santo Antônio pude assistir o primeiro filme que me fez chorar: Marcelino Pão e Vinho... A música era bonitinha e eu gostava de cantar, mas a história devia ser proibida para menininhas choronas!
.
Meu primeiro filme, no entanto, foi Branca de Neve (o desenho da Disney), que fui com Maria Sônia, no Rex... eu acho que era esse o nome do cinema ... era um que ficava no caminho do comércio ...
.
Anos depois, levei Paulo (o menininho lindo que está ao meu lado na foto) ao cinema, Plaza, pela primeira vez, também para assistir Branca de Neve. Ele devia ter quatro anos e fomos a uma sessão de fim de tarde. Fomos a pé, o cinema ficava (pelo menos naquela época ficava!) perto de casa... De mãos dadas, passamos pela Lagoa e subimos a ladeira que leva ao Ponto de Cem Réis. Ele ia todo animado com a perspectiva da novidade... Entramos no cinema e ele gostou de tudo que viu... não parava de comentar sobre tudo... Ao serem apagadas as luzes, ele me falou para irmos embora, pois havia acabado... Quase imediatamente, no entanto, a enorme tela se acendeu e ele ficou sentadinho ao meu lado, segurando minha mão e maravilhado com tudo... Às seis horas da tarde, no entanto, bateu-lhe a fome e ele pediu para ir para casa comer "pirê de miame" (inhame cozido amassado com manteiga/margarina, seu prato predileto por muitos e muitos anos...).
.
Ainda em relação ao cinema, tenho a grata lembranças de ter assistido na companhia de meu pai (que não costumava me acompanhar em programa algum, na adolescência), sempre também com mamãe, a dois filmes: Amor na Tarde, uma comédia romântica de Billy Wilder estrelada por Gary Cooper (que mamãe achava lindo, mas que eu não compartilhei da opinião dela... pois preferia a beleza de Rock Hudson!) e Audrey Hepburn e com uma trilha sonora que inclui Fascinação; e um documentário sobre a África, com cenas muito violentas (no estilo Mundo Cão, na época eu não gostei...). Ambos os filmes eram impróprios para os meus 14 anos, mas papai falou com o porteiro que eu iria assistir com ele e eu fiquei "toda ancha" porque estava vendo filmes proibidos! ;-)
,
Ao longo de meus quase 58 anos de vida, o cinema tem sido um companheiro muito constante e custa-me acreditar que estou longe de suas salas há quase dois meses!

Nenhum comentário:

Postar um comentário