domingo, 30 de agosto de 2009

MEU CADERNINHO

26/08/09

Amanheci sem espirrar!! Abri o olho e fiquei imóvel... sem acreditar que voltara a meu estado normal e, ao mesmo tempo, com medo de que meu nariz houvesse se tornado um viciado e me surpreendesse com suas violentas, e detestáveis, explosões, caso eu ousasse mudar de posição.

Lentamente, criei coragem e pulei da cama! O céu estava claro e limpo. Tratei logo de vestir meu biquini, pois não pretendo levar em minha bagagem (ou melhor, em minha pele!) de volta a cor amarela ridícula que trouxesse para cá!

Depois do café, ao invés de ir direto para a praia, fui procurar uma farmácia aqui por perto, resolvi reforçar meu sistema imunológico, pois não dá para ficar aqui evitando as pessoas por estar com rinite alérgica ou coisa que o valha!

Bem, já voltei para casa debaixo de grossos pingos de chuva... minha prainha vai ter que esperar... ;-(

Sônia me ligou para saber se eu iria mesmo para o show com ela e eu confirmei. À tardinha, ela passou aqui e fomos juntas para o shopping onde acontece o Projeto Seis e Meia (acho que lá em Salvador não tem mais esse projeto... eu gostava quando tinha!).

A cantora local que fez a abertura do show nos agradou bastante (além da companhia de Sônia, eu estava com Celina e Carmem). Ela cantava, principalmente, fados...

Aquelas músicas me levaram ao tempo em que eu sentia vergonha de gostar do que meus pais gostavam e obrigada e dizer que eram feias... Glória,a cantora, disse que podíamos cantar com ela... eu soltei minha voz sem pena dos vizinhos, cujas cadeiras estavam muito coladas à minha, pois o espaço não é próprio para shows. É uma área livre do shopping onde eles improvisam uma plateia com cadeiras de plástico...

O repertório de Glória é bastante variado. Depois dos fados (alguns que eu conheci na voz de Amélia Rodrigues, outros na de Francisco José), ela cantou de boleros até rock-baladas... Eu comentei com Sônia que parecia que havia sido com ele que eu deixara meu caderno de músicas...

Esse caderno Sônia conheceu bem e pôde lembrar dele imediatamente! Mesmo em 1967, quando eu o iniciei, ele já era um caderno meio antigo... Não era de espiral, mas grampeado. Era vendido na livraria do MEC (existia isso!) e tinha ótima qualidade, mas nenhuma beleza adicional. Eu forrara a capa sem graça com um “papel de presente” azul com enormes rosas vermelhas e recobrira com plástico para proteger tamanha beleza...

Nele eu copiava as letras de todas as músicas que eu ouvia no rádio e na TV e que adorava cantar... Algumas das músicas foram escritas ali por Sônia e, se não me falha a memória, por Rubens. Organizei ali as letras da trilha sonora (nacional) da minha adolescência... Acho que não escapou uma só música da Jovem Guarda, de Chico Buarque, de Nara Leão, de Elis, de Edu Lobo. de Geraldo Vandré...

Gostaria de encontrar meu caderninho de novo... bem como outras relíquias da época, como a flâmula comemorativa da minha conclusão do ginásio, cuja foto (na realidade, a foto da de Sônia...) quando eu voltar para casa, será incluída aqui à guisa de ilustração, já que não disponho de foto do caderno azul de rosas vermelhas... (eu juro que a capa não era feia!!)

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