quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Volta às aulas!

Amanhã recomeçam minhas aulas. Vou cursar mais uma disciplina como aluna especial do Mestrado em Língua e Cultura, da UFBA. Ainda não estou certa se prestarei o exame de seleção para cursar o Mestrado a partir do próximo semestre... na verdade, não me preparei para o exame, como deveria ter feito, e como pretendia mesmo fazer... Ainda não preparei meu ante-projeto nem comecei a ler os livros que são recomendados...
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A véspera do início das aulas, quando eu era menina, era um dia de muita expectaviva. Isto é... quando eu era menina e estudava em colégio (ou escola) que tinha farda (é assim que a gente chamava o uniforme escolar... e como ainda se chama, aqui no Nordeste... o pessoal do Sudeste estranha...), pois quando era em "escola particular" nem lembro como era... nelas, o que me marcou mesmo foi o convívio com alunos mais "adiantados" e com os menores, que eram mais "atrasados"... além dos castigos que eram impingidos a quem desobedecesse, ou errasse "a lição"...
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Quando fui estudar nas Lourdinas de Recife, lembro que deram a papai uma lista de materiais escolares que eu devia levar para o colégio... Acho que ele comprou tudo lá mesmo, às freiras... Pela primeira vez, tive um "caderno de borrão"... era um bloco sem pautas e de um parte meio pardo, parecido com papel de jornal... Eu não gostava de escrever naquilo!
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Como sempre imprimi muita força contra o papel ao escrever, o "borrão" ficava todo fofo, ondulado, feio... e quando eu precisava apagar, que sufoco! Às vezes eu acabava rasgando o papel, ao tentar apagar o que não só escrevera, mas marcara de forma indelével, no papel jornal...
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As freiras não nos deixavam copiar os deveres que faríamos em casa diretamente no caderno. Tínhamos que copiar no rascunho, e só depois, em casa, passar a limpo no caderno, cuidando de fazer uma letra caprichada... a minha nunca chegou a ser bonita, por mais que eu caprichasse e por muito mais que eu tivesse praticado cafigrafia naqueles caderninhos clássicos que ainda eram usados na década de 50...
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Minha farda era igualzinha à das Lourdinas de João Pessoa (o colégio dos meus sonhos de primeira infância!). Uma sainha de "tropical" azul-marinho, com pregas de 3 cm ao redor da cintura, mas com uma "prega-macho" de 6 cm na frente... Próximo à barra (acho que a 10 cm) havia um conjunto de três listas (nada a ver com a Adidas!! Acho que eles imitaram a farda das Lourdinas!!) feitas de um viés azul "natié". Além disso, a saia tinha suspensórios, que eu adorava!! Na foto, estou usando minha farda, pena que ela não aparece... ;-)
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A blusa era de "tricoline" ou cambraia branca e a manga era levemente bufante. Nas Lourdinas, entre 9 e 10 anos, eu não era obrigada a usar "corpinho" sob a blusa...
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Os sapatos era Vulcabrás femininos pretos e as meias brancas.
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Eu adorei minha farda... lembro que quando mamãe terminou de fazer minha sainha, alinhavou bem as pregas e colocou embaixo do colchão de molas de minha cama... (um perigo... a sainha poderia ser molhada!! mas não foi...)
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Fiquei toda contente quando chegou o dia de tirar a saia do colchão, vesti-la e ir para aquele colégio bonito, com um jardinzinho cheio de roseiras e uma imagem de Nossa Senhora no meio das rosas perfumadas... Naquele jardim também havia uma pequena fonte, se não me falha a memória... (claro, pode ser fruto de minha memória criativa, mas a fonte apareceu na imagem que me veio do jardim, que ficou mais bonito com ela!!)
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Quando chegaram as férias, eu mesma alinhavei as pregas da sainha, que voltou para a prensa do colchão...
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Acho que o processo se repetiu até minha quarta-série ginasial, já no Lyceu Paraibano... No primeiro ano do "científico", minha saia era de "nycron". Era uma saia bem mais moderna, com um corte ajustado ao corpo e com apenas quatro "pregas-macho", duas na frente e duas atrás...
Provavelmente, essa saia não dormiu sob o colchão...
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Além de curtir a farda, eu gostava de ler os livros novos... sentir seu cheirinho de papel e cola... encapá-los com papel-madeira e pôr o nome bem bonito nessa capa (eu tentava, mas não saía lá muito bonito, não!)... apontar os lápis-de-cor... enfim, me familiarizar com tudo aquilo que me acompanharia por todo o ano...
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Hoje, só cuido de colocar o celular para despertar mais cedo, pois se chegar depois das oito (apesar de minha aula começar apenas às nove), não encontrarei vaga no estacionamento interno do campus e terei que enfrentar lama para chegar até o Instituto de Letras...
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Bem, colocar o celular para despertar mais cedo exige também que eu vá dormir mais cedo!! Boa noite!!

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