domingo, 30 de agosto de 2009

NA AREIA SECA

27/08/09

De novo pisando a areia fina e molhada que já foi sorvete de ameixa, massa de brigadeiro, cobertura de bolo e mesmo, talvez de modo muito mais frequente, matéria-prima para construção de castelos sobre as barragens do “açudes” que construíamos à beira-mar...

Os melhores açudes eram os que eram cavados com a ajuda dos adultos, dos homens, de preferência... e mais especialmente, de meu pai! Papai tinha mãos enormes e conseguia ser rápido o suficiente para reforçar as barragens antes que viessem aquelas ondas traiçoeiras que “arrombavam” nossos açudes...

O engraçado é que mesmo no tempo das piscinas, continuamos cavando açudes para as nossas crianças... somos mesmo megalomaníacos!! ;-)

Hoje “deu praia” para mim!! Como a maré estava bem mais alta do que na segunda-feira, alternei minha caminhada entre a areia molhada e a seca... Mas não é fácil andar naquela areia seca e fofa... O caminhar fica muito pesado!!

Quando eu era pirralha, não sentia que fosse tão difícil caminhar na areia seca... Claro que a velocidade com que fazíamos nossos passeios ali era bem diferente da que costumo imprimir às minhas caminhadas atuais, que funcionam como exercícios aeróbicos... Sem falar no peso que hoje carrego, que deve ser, no mínimo, quatro vezes meu peso de menina... (acreditem: eu era magricela!)

Aqui em Tambaú, a faixa de areia que fica mais afastada da água e que, em geral, fica seca, é recoberta por uma vegetação rasteira. Uma dessas plantas, que cresce em rama, tem uma semente marrom muito bonita que nós costumávamos catar para usar como “bois” nos jogos de sueca (que eu nunca soube jogar direito, portanto sempre fui excluída de sua mesa...) ou vísporas.

O que eu mais gostava, quando andava na “areia frouxa” era sair pisando de modo a fazer a areia cantar sob os meus pés... Quando Erick era pequeno, tentei mostrar como eu fazia, mas a areia de hoje é tão suja que se recusou a catar... Já o que eu não gostava era de quando o vento levantava a areia provocando uma “chuva” que açoitava sem piedade minhas canelas finas... Essas chuvas de areia eu também não vejo acontecer nos dias atuais...

Eu lembro de uma vez ter visto uma casa de veraneio semi-enterrada na areia fina, que chegava à altura das janelas... Essa movimentação de areia acontecia exatamente nos meses de chuva, quando sempre venta muito por aqui.

Bem, minha caminhada foi bem mais breve do que a da segunda-feira, mas já deu para eu adquirir um leve bronzeado. Fazia muito tempo que eu não sabia o que era isso!!

À noite teve reunião da comissão organizadora da festa do centenário... Dessa vez eu participei! Me foram passadas uma tarefas, mas todas bem simples. Minhas sobrinhas, que estão á frente de tudo, esbanjam competência e já está quase tudo pronto. Além disso, eu nada entendo de missas e é exatamente a missa que será o ponto alto da comemoração...

Acho que já falei que meu pai nunca foi muito de frequentar missas... Depois da morte de mamãe, ele assistia missas pela TV, não sei se com regularidade...

Eu me pergunto se um dia também eu adquirirei esse hábito tão comum na minha família e que tem sido um dos pontos de divergência entre nós...

A missa de papai será exatamente na capela das Lourdinas, colégio onde estudei do primeiro ao terceiro ano do ginásio e que exerceu papel fundamental no meu distanciamento da religião que mamãe tanto gostaria que eu seguisse...

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