quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PASSEANDO À BEIRA-MAR

24/08/09

Meu primeiro dia realmente em João Pessoa, desde que aqui cheguei a madrugada de sábado...

A noite foi comprida, o sono entrecortado por momentos em que acordei assustada para ver se não havia perdido a hora da viagem de Erick, que voltou para casa hoje, às 5 da matina... Enfim, deu tudo certo: não perdemos a hora de levantar e o táxi dele foi mais pontual do que nós mesmos... Até receber a ligação dele, dizendo que já estava em Salvador, pouco dormi...

Levantei da cama às 8 horas, muito tarde para a rotina aqui da casa de Maria Sônia... Mas pretendo não fazer mais isso!!

O dia estava bonito, o sol me convidou à praia, afinal, é só atravessar “a pista”, para estar à beira-mar... Foi o que fiz depois do café – um passeio à beira-mar, encerrado por um mergulho em águas tão conhecidas que às vezes até me confundem...
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Beira-mar, areia fina e molhada, ondas lambendo meus pés, o Cabo Branco ao longe, mas se aproximando pouco a pouco... Claro que minhas lembranças apareceriam ali!

Havia muita gente caminhando na praia como eu. Só que talvez ninguém sentisse a falta do sargaço espalhado na areia... onde teria ido parar? Não encontrei sequer um pequeno “cachinho de uvas”, umas mechas de “cabelos-de-iara”, uma porção de “baba-de-moça”, uma “laranjinha”, um “lápis”... (era assim que nomeávamos algumas das algas que encontrávamos espalhadas à beira-mar na minha infância...)

Quando eu era menina e fazia longos passeios pela beira-mar com minha mãe e irmãos (não lembro de ter tido a companhia de meu pai em nenhum desses passeios...), geralmente a areia estava coberta por um verdadeiro tapete de sargaços coloridos (alguns me causavam repulsa por sempre “babentos”...). Além da beleza das cores, o tal tapete emprestava ao ambiente um odor bastante característico... Eu gostava do cheiro do sargaço novinho, recém-chegado à praia, mas quando o sol secava aquelas algas ali na areia, elas passavam a exalar um odor que me deixava enjoada!

Além da falta do sargaço, senti também a falta de pedras calcáreas, algumas delas apareciam recobertas por sargaços... E não pude encontrar sequer um búzio, um “tinteiro”... Também não vi conchinhas espalhadas pela areia... Cadê aquelas lindas conchinhas cor-de-rosa com as quais Maria Sônia era capaz de fazer lindos colares? E os “chapeuzinhos-de-chinês”, dos quais eu tanto gostava? E as “conchinhas-borboletas”? Nem mesmo as mais vulgares, as “rajadinhas” pude ver por aqui hoje... O que dizer daquelas conchas brancas grandes, sobre as quais Maria Sônia e Marcelo pintavam paisagens e eu achava uma maravilha (eu e mamãe!)... será que, ao longo desses 50 anos, foram todas elas “catadas” pelas criancinhas que passearam por aqui?

Sendo agosto, eu esperava encontrar “caravelas”... Sempre fui atraídas pelas caravelas... ao mesmo tempo que me metiam medo (principalmente depois que tive o corpo “laçado” por uma), eu as achava lindas demais!! Frequentemente eu vencia o medo das queimaduras e segurava uma, com todo cuidado, entre o polegar e o indicador, só para poder vê-la mais de perto e curtir sua beleza... sua transparência cor-de-rosa forte, seu “nariz” e sua “costura” de um rosa tão intendo quase vermelho e seus lindos raios roxos, meio azulados... Não encontrei caravela alguma na beira-mar, sequer uma daquelas “filhotinhas” traiçoeiras que das “mães” só herdaram a periculosidade, pois parecem minúsculas bolhas incolores (e sem graça) mas possuem imensos e terríveis raios azuis... Foi uma dessas que me vitimou, quando eu tinha cerca de nove anos... Delas, sempre tive medo!

Também não vi nenhuma “lua” ou estrela-do-mar... nem à beira-mar nem quando entrei para o mergulho nas águas esverdeadas e turvas do mar de Tambaú...

É, o mar daqui não é exatamente o mais bonito do mundo... é um “mar aberto”, de águas bastante revoltas, que, misturadas à areia fina, estão sempre meio amarronzadas, talvez as correntes marinhas e a distância dos recifes à praia também interferam nessa cor do nosso mar, que nem por isso deixa de me fazer convites irresistíveis... eu adoro ser envolvida em suas águas mornas!

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