terça-feira, 1 de setembro de 2009

Flores e copos de leite

29/08/09

A principal razão de minha permanência em Jampa nessas semanas que antecedem o Centenário, é minha possível contribuição nos preparativos da festa, mas parece que minha presença é perfeitamente dispensável...

De todo jeito, estou aqui e ajudarei no que me for pedido ou mandado...

Hoje eu fui com Maria Sônia e Carmo (minha sobrinha que chegou a amamentar Erick em seus primeiros meses de vida) a uma floricultura onde encomedamos as flores que enfeitarão o altar, na missa de papai.

Foi um sábado bem diferente do que eu havia planejado passar aqui (na realidade, eu pensara em passar o fim de semana em Recife...).

Havia combinado com três amigas para nos encontrarmos aqui mesmo em Tambaú e batermos um papinho, mas uma das meninas ficou gripada e desistiu de vir. Outra me chamou para irmos a um show em homenagem a Jackson do Pandeiro, um programa bem popular, música em praça pública...

Aí fui eu que não topei... Agora que parei de espirrar cada vez que o vento me faz cócegas, não vou experimentar qual seria a reação de meu nariz à poeira da praça da Paz...

Fiquei em casa... li, adiantei um pouco o trabalho da edição do Vita Christi, escrevi um pouco...
Tentei fazer contato com minha lembranças infantis, mas elas parecem ter ido dormir cedo...

Fui jogar “paciência spider” no laptop... Papai bem gostaria de conhecer esse joguinho... Ele gostava muito de passatempos e tinha uma boa coleção deles... (sobre passatempos, não esqueço de Laplace, que me disse um dia que não podia gostar deles, pois não tinha tempo para “passar”.. mas papai, pelo menos em sua “terceira idade” dispunha de muito tempo para esses jogos)

Acho que lá em casa todos nós apredemos a gostar de passatempos com papai... Mamãe, como Laplace, não tinha muito tempo livre para eles... Quando o tinha, no entanto, ela preferia conversar com os vizinhos, (tentar) fazer algum trabalho manual ou mesmo escrever na sua agenda... É, eu acabei herdando os hobbies de ambos!!

Herdei também o gosto pelos dicionários, só que adotei um viés diferente, já que minha proposta é de trabalho científico. Mas eu gostaria muito de conhecer o arquivo manual que papai preparava para editar um dicionário charadístico no início da década de 60, com os colegas do clube de charadistas do qual fazia parte...

Quando morávamos em Tambaú, antes de mudarmos para o Recife, papai frequentava reuniões semanais (se não me engano, aos sábados) no tal clube, que ficava no primeiro andar de um prediozinho próximo ao local onde funcionou (anos mais tarde) o Cine Municipal. Algumas poucas vezes ele nos levou (os menores) com ele, mas não era um “passeio”, era um lugar muito sem graça... (se bem que valia pelo passeio de jipe até lá!)

Lembro que lá por perto também havia uma “cooperativa” onde ele comprava gêneros alimentícios para abastecer a dispensa lá da praia... Lembro das monstruosas latas de leite Ninho (argh! leite, especialmente em pó, sempre me provocou repulsa!) que ele comprava naquele lugar... acho que era a cooperativa da ASPEP... (que deveria ser algo como Associação dos Servidores Públicos do Estado da Paraíba...)

Quando a gente foi morar na praia perdeu alguns dos fornecedores que abasteciam a dispensa da casa da cidade e alguns hábitos mudaram... Lembro que mamãe preparava o leite no liquidificador, batendo-o com água quente. Lembro do cheiro que me revirava o estômago,mas acho que já havia obtido minha liberação em relação ao leite... (se bem que eu ainda era muito menina... talvez tenha tido que “caprichar” no Nescau para “apagar” os traços do cheiro enjoado daquele leite).

Um fato que sempre me vem à memória, quando lembro do leite Ninho daquela temporada, é o de um primo de meu pai que veraneava lá pertinho e que levou, para que experimentássemos, um leite em pó que ele recebia (acho que ele era prefeito de Santa Luzia, se não era, trabalhava na prefeitura...) para distribuir com as crianças vítimas da seca braba do sertão (recebia para distribuir, mas tratava de ficar com uma parte e até oferecia aos vizinhos... será que ele achava aquilo certo? Bonito?). O leite vinha dos EUA e eu lembro que não foi bem aceito lá em casa... ainda bem!!

2 comentários:

  1. Carmen, esse leite q vinha dos EUA, fazia parte de uma programa chamdo "Aliança p o Progresso". Papai, como militar na época era um dos designados a acompanhar e fiscalizar a remessa q chegava no porto de Recife e era guardado em vários galpóes em frente a Colonia Juliano Moreira. Vc nem imagina a dificuldade q ele tinha p manter tudo sob contrôle, e como depois q a mercadoria saia do galpão, sabe Deus para onde ia. Se ele tivesse aproveitado a onda, com certeza não moraríamos na Mons Almeida...mas de uma coisa eu lemro q ele trazia p casa e q fazia a festa de esconde-seconde com meu irmão: os tonéis de papelão armado e grosso q continham os sacos de leite, q mamãe guardava a roupa suja da casa. Era um esconderijo perfeito!! Sim, na ASPEP, papai tbem fazia feira e até cortava o cabelo !!!
    bjin

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  2. Eu não lembro direito onde ficava a cooperativa... mas acho que era perto do Plácio do Bispo... Será?

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