quarta-feira, 8 de julho de 2009

Comprando e passeando...

Dia de ir ao shopping com Erick... ele resolveu que precisava comprar umas roupas. Uma resolução dessas, vinda dele, é tão surpreendente que Mariana, sua namorada, fez questão de nos acompanhar para testemunhar o fato... ;-)
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Foi uma tarde cansativa, pois não é fácil encontrar roupas que agradem ao gosto dele, mas conseguimos!
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A lembrança das minhas idas "ao comércio" com mamãe e a comparação entre as situações é inevitável...
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Desde muito cedo eu acompanhei minha mãe quando ela ia comprar tecidos, não roupas prontas (se bem que os meninos usavam umas camisas de jersey que ela comprava numa loja chamada A Alagoana... foi nessa loja onde um dia me perdi dela e senti pânico pela primeira vez na vida...), para a família...
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Íamos a pé. Não havia ônibus (nem lotação ou marinete) que passasse lá na Pedro II, ali perto da feira... quem diria isso, vendo a região como é a região atualmente! ;-) Descíamos a ladeira que ligava a nossa rua à Lagoa, passávamos pelo Casino (será que o Casino da Lagoa foi cassino um dia? Sempre tive essa curiosidade!), subíamos a rua da igreja das Mercês e começávamos nossa peregrinação pelas lojas de tecidos por uma que havia na esquina, perto do cine Plaza... Acabo de lembrar, dias depois, o nome da loja: As Nações Unidas. Viva minha memória!!
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A gente se produzia com afinco, para ir às compras. Lembro que eu até usava uma bolsinha branca (seria de couro? Não creio que já existissem por aqui os couros sintéticos... Era linda, minha bolsa!) que era forrada de uma espédie de cetim fosco e que tinha um espelhinho na tampa (minha bolsinha tinha um formato aproximado de um samburá, logo, tinha uma tampa!)... acho que a única coisa que eu colocava dentro dela era um lencinho de tecido... eu tinha alguns... E lá íamos nós... de loja em loja, olhando tecidos e pedindo amostras de alguns para serem submetidos à apreciação dos que os usariam...
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Ao decermos em direção à Beaurepaire Rohan, às vezes passávamos no Querubim para tomar caldo de cana (uma delícia!). Pena que depois, muito tempo depois, descobrimos que a higiene daquele lugar era nula e deixamos de frequentá-lo... Mas depois eu descobri que na maioria dos lugares em que se vende caldo de cana existem ratos que circulam sobre as canas e que podem transmitir leptospirose... Enfim, faz um bom tempo que não tomo um caldo de cana... nem chupo rolete de cana, outra delícia de minha infância!
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Outro lugar em que eu adorava passar era uma bobonière onde mamãe comprava balas sortidas (sempre me davam alguma para eu provar lá...) e, às vezes, Sonhos de Valsa (que ela adorava e eu também, mas que não era consumido com a frequência que eu gostaria...) ;-)
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Também não podíamos deixar de passar na Lobrás (que nós chamávamos de Quatro e Quatrocentos...). Sempre havia o que se comprar naquela loja "enorme" e tão bem sortida! Lembro que havia brinquedos, louças, linhas... lembro que mamãe contava sobre um incêndio que havia ocorrido naquele lugar... na minha memória, parece que havia morrido alguém que ela conhecia... acho que um barbeiro que cortava os cabelos dos meus irmãos e era conhecido como Baiano (essa é uma lembrança tão difusa que nem ouso acreditar muito nela!)...
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O ponto máximo do passeio, no entanto, era o Armazém do Norte! Pense numa loja que me encantava... só perdeu o posto de melhor lugar do mundo quando eu conheci a Viana Leal (essa ficava em Recife e tinha até escada rolante!). Ali, além dos tecidos, que eram vendidos no térreo e para os quais eu pouco ligava, havia, no primeiro andar, brinquedos muito legais e a gente até podia experimentar alguns... Mas o paraíso ficava mesmo era no segundo andar... a sorveteria!!
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Ao fazer compras no Armazém do Norte (ou mesmo sem ter comprado nada, às vezes...) recebíamos senhas que davam direito a tomarmos sorvetes que eu achava deliciosos... Valia a pena sair com mamãe, andar aquilo tudo, ficar com bolhas nos pés que nunca ficavam tanto tempo em sapatos... havia o sorvete no final! Agora pense num sorvete minúsculo... era um casquinho (não exatamente comestível, mas do qual eu sempre comia um pouquinho) cuja capacidade devia ser a de uma colher de sobremesa de soverte... e eu ficava satisfeita... a cultura do "oversizing" ainda não estava institucionalizada!
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Eu sempre penso que vou escrever só um pouquinho e acabo deixando aqui textos enormes... ;-)
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A foto de hoje foi tirada em um outro passeio que fazíamos com mamãe... Estamos (Felipe, eu, Fernando e Bartolomeu), na Lagoa... eu e Fernado ainda seguramos cachos de rolete de cana (em uma outra foto desse mesmo passeio, aparecemos na Bica, todos chupando rolete).
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Teríamos mesmo andado tudo isso a pé, assim tão bem vestidinhos? Claro! Os tempos eram outros! A cidade até parecia maior, pois éramos pequenos, mas as distâncias que hoje são inaceitáveis para nossos filhos e netos eram normalmente percorrida por nós!

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