quinta-feira, 30 de julho de 2009

Do ROSAE ao Carnaval... uma viagem!!

Foram só quatro dias... mas foram vividos de modo tão intenso que nos custa acreditar que não se tenha passado um mês inteiro, no período entre 26 e 29/08/09...
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Hoje pela manhã eu tive outro evento na Universidade. A caminho de Ondina, ao passar perto do Pestana, tive uma forte sensação de que estava passando pela minha casa sem adentrar sua porta... ;-)
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A experiência de trabalhar, ainda que apenas como coadjuvante, na organização de um evento do porte do I Congresso Internacional de Linguística Histórica me foi realmente muito gratificante, apesar do estresse, do cansaço e de muito pouco ter podido usufruir do ROSAE... (ao lado, o painel que apresentei no Congresso, na segunda-feira...)
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Durante mais de uma semana, estive muito pouco em casa e a bagunça tomou conta não só de todos os cômodos do meu apartamento, mas também de minha desorganizada memória...
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A rearrumação da casa ficará a cargo de Sirlene, que virá amanhã cedo... mas meus bits de me memória precisam ser bem escovados e recolocados em seus devidos lugares... Hoje à noite, quando colocar a cabeça no travesseiro, tentarei localizar meu saquinho de filó, cheio de confetes reciclados (uma vez que já foram espalhados e recuperados algumas vezes)...
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Provavelmente, em meio aos confetes eu vou encontrar estrelinhas e safonas coloridas, feitas de serpentinas apanhadas do chão, cuidadosamente desamassadas por mim e caprichosamente entrançadas pelas hábeis mãos de minha mãe... Esse legado, por ser um tanto carnavalesco, poderá recender levemente a lança-perfume (conforme registrado em minha memória olfativa...)
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Aquele perfume gelado me foi apresentado por meu irmão Sóstenes. Ele borrifou no peitilho (minhas roupas infantis sempre tinham peitilho!) de meu vestidinho de cambraia rosa um líquido estranho (não molhava, apenas refrescava e perfumava!) que cheirava a alegria e que ficou para sempre associado àquelas marchinhas carnavalescas que mamãe gostava de entoar. O líquido mágico veio de um tubo de metal dourado (na verdade, a cor do tubo, como está na minha memória, era "ouro velho"). Na extremidade superior daquele tubo, havia um gatilho que, pressionado, liberava perfume de carnaval!
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Para mim, durante muito tempo, carnaval era um composto de algumas lembranças infantis... além dos confetes e serpentinas perfumados, das marchinhas e do frescor da lança-perfume, havia as máscaras de papelão colorido e as bananinhas e laranjinhas de plástico (trol-lanças!) que enchíamos d'água para molharmos uns aos outros...
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Uma outra lembrança carnavalesca, mas essa fora da minha realidade, é a dos carros sem capota e com toda a lataria recoberta por confetes... alguns ainda com enormes máscaras coladas sobre o "capuz" (engraçado como o "capuz", através do francês capeau virou o atual "capô"... e ainda há quem queira impedir que palavras estrangeiras sejam incorperadas ao nosso léxico...)
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Aqueles carros passavam em frente à nossa casa, na Pedro II, e iam "fazer o corso" na Lagoa... Eu daria tudo para estar num daqueles carros!
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Do carnaval de 1958, quando eu tinha apenas 6 anos, tenho uma pequena e tênue lembranças de estar em cima da camioneta de um primo de meus pais (Barto), que naquele varão era nosso vizinho, de máscara no rosto e trol-lança em punho, pronta para ir ao corso, mas acredito que minha permanência ali tenha sido apenas enquanto os grandes se preparavam para a festa...
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Mais uma lembrança de carnaval: as revistas semanais que papai comprava para a família eram ainda mais disputadas pelos meus irmãos e censuradas para os menores, por apresentarem fotos de bailes famosos do Rio, nos quais as mulheres estavam "de barriga de fora"... (mais tarde, eu acabava tendo acesso a elas!)
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Bem, essas lembranças misturadas são resultado da confusão mental que se instalou em mim. Mas, hei de recuperar uma ponta desse novelo emaranhado, desenrolá-lo cuidadosamente e deixá-lo pronto para ser tecido!

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