segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock on this block

Dia do Rock... Hoje vi uma exposição sobre o tema no Iguatemi. Não pude me deter para olhar como eu gostaria, pois estava com Erick (comprando umas coisas que ele precisava para sua aventura pela Europa) e ele é apressado igual ao avô... Mas a exposição me pareceu bem interessante, talvez eu volte lá para ver melhor! Vi umas capas de discos que pareciam ser de Neil Sedaka... de Elvis... esses eu achava todos parecidos com meu irmão Carlos, que era o galã lá de casa (quando eu era pequena, porque acho que Sóstenes também o foi, na época em que eu nasci...). Bem, sendo aqui em Salvador, também deve ter muita coisa de Raul Seixas...
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Sobre a viagem de Erick, estou tão ansiosa, que até parece que sou eu que vou! ;-) A cada hora lembro de perguntar a ele se pensaram em algum detalhe prático... parece que pensaram em tudo! Acho que vai ser uma experiência muito boa para os meninos...
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Hoje Erick acordou com um princípio de terçol no olho esquerdo e eu mandei que tratasse com compressas mornas... Em tempos como os de hoje, estudante brasileiro não deve tentar desembarcar em Londres sequer com unha encravada, que dirá com um terçol... espirros, jamais!
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Por falar em terçol, eu não lembro de ter tido esse tipo de problema em criança... acho que a minha fada madrinha, meu anjo da guarda ou sei lá mais quem sempre me protegeu direitinho... não tinha terçóis, não quebrava braços nem pernas, não tinha piolhos e nem verrugas... Ah... mas verrugas eu achava bonito e queria tê-las!! (crianças...) ;-)
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Lembro que certa vez, no Jardim de Infância, ao pegar a mão de uma coleguinha para brincar de roda, senti aquela coisinha diferente em um dedo dela... Ela me contou que era uma verruga e que havia nascido ali porque ela apontara uma estrela no céu... Eu tentei muitas vezes fazer nascer uma em mim, mas sem sucesso!! Era mais fácil criar aquelas manchinhas brancas nas unhas... nasciam quando a gente mentia... mas nem toda mentira era capaz de produzir a manchinha... enquanto outras nasciam de mentiras que eu nem notara ter contado!
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É... parece que a vida de uma criancinha dos anos 50 não era muito simples! Não lembro de ter acreditado em Papai Noel, nem em Coelhinho de Páscoa... eles não estavam tão presentes na minha vida, mas o Bicho-Papão , o Papa_Figo, e minha amiga imaginária (que acho que se chamava Marina, como minha primeira boneca) eram presenças bem fortes!
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É interessante pensar que eu precisava de uma amiga imaginária, mesmo tendo tantos irmãos... É, meus irmãos não gostavam muito de minha companhia... Ser menina numa casa altamente masculina era complicado...
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Lembro que o quintal lá de casa era enorme e bem gramado, muito bonito... mas era o campo de futebol onde meus irmãos recebiam os amigos para jogar... Era território deles e eu tinha pouco acesso a brincar lá (ainda que tenha tirado algumas fotos ali, com eles... Acho que depois das fotos eu devia ser "expulsa de campo"...) ;-) Não lembro quando o campo foi desativado, nem a razão de tê-lo sido... talvez tenha sido porque mudamos para o Gonçalo, de lá para Recife e os meninos voltaram para lá já rapazes... Mas talvez tenha sido porque dava muito trabalho manter aquele gramado... ou porque as discussões que os jogos ocasionavam estavam ficando cada vez mais acaloradas... Eu tinha muito medo, quando as brigas começavam!
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As fotos em que apareço no quintal devem ter sido tiradas em intervalos de jogos... ;-)
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Lá em casa tinha um cortador de grama manual mas que parecia um carrinho de mão a ser empurrado... era algo como a enceradeira, só que não era elétrico... Eu gostaria de tê-lo usado... nunca mais vi um daqueles!
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Outros objetos que existiam em minha casa naquela época também ter sumido do meu mundo... Lembro de quando papai comprou um fogão novo, a querosene, para ajudar o outro, mais antigo, que era a carvão (lá em casa tinha até chaminé!)... Aliás, na nossa cozinha havia uns equipamentos que hoje me parecem bem estranhos... as panelas ficavam perduradas em uma armação (tripé) de metal maior que eu (bem maior, pois eu era muito pequena mesmo!)... Os bolos eram batidos em uma enorme gamela de barro, que eu cheguei a usar, no início de minha carreira de boleira! O filtro de água lá de casa também me é inesquecível... era enorme (e tinha de sê-lo, para atender ás necessidades da família) e a parte de cima era de matal esmaltado em branco com as palavras "Filtro Fiel" em azul marinho. Um outro objeto desse campo que ficou na minha memória foi um encantador paliteiro que conheci na casa de vovó Xixica; tinha uma garça que a gente manipulava para que ela apanhasse o palito com o bico e o retirasse para nós... Eu adorei brincar com ele, quando fui ao sertão pela primeira vez, mas quando voltei lá, com 16 anos, já não vi a garcinha paliteira...
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A mesa onde fazíamos as refeições, naturalmente, era enorme... mas só depois de preparada para o uso pela família... Na realidade, a mesa era extensível... e sempre, três vezes ao dia era ampliada... Ao ser puxada para os lados, ela se abria em duas partes e dava acesso a um complemento de tampo que permitia que todos nós, não sem um certo esforço, nos acomodássemos para as refeições em família.
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Aliás, esse é um costume que mantemos aqui em casa... em geral, nossa pequena família (eu e Erick) faz as refeições junta... Claro que em uma mesinha bem menor! A hora das refeições, aqui em casa, é sempre uma oportunidade para que eu tente conversar com meu filho, que, também nesse aspecto, se parece tanto com o avô materno (isto é, é caladão!) ;-)
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Eu sempre achei que deveria se muito difícil para minha mãe, tão conversadeira quanto eu mesma, conviver com papai tão calado... Eu gostaria muito de ter conhecido melhor meu pai! Acho que os mais velhos tiveram mais chance para isso... Mesmo adulta, ele sempre me tratou como se eu fosse criança... Talvez só tenha mudado quando me viu mãe...
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Em compensação, minha mãe conversou muito comigo e até compartilhou comigo algumas preferências musicais... Não só Roberto Carlos... Ela, acho que através de mim (sou pretensiosa, sim!), também gostou de rock e dos Beatles... Foi ela que me deu meu primeiro LP (quando eu já era adolescente e lá em casa já tinha um toca-discos) HELP! Também acho que foi com ela que fui assistir aos dois filmes dos Beatles daquela época (Os Reis do Iê-Iê-Iê e Help), mas não lembro bem...
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Quanto ao rock que eu gosto, dos anos 60, aquele que eu adoraria ter dançado, Erick diz que não é rock de verdade... ;-) Para mim, não importa se é rock, pop ou sei lá mais o quê... importa se me dá vontade de dançar! O que ele curte é bem mais denso e nem sempre me agradam... (às vezes, eu começo a dançar ao som de algumas músicas que ele está ouvindo e ele protesta dizendo que aquela não é uma música dançante... para mim, é difícil separar aquele tipo de música da dança! Além do que, as pessoas dançam alegremente ao som de Asa Branca, enquanto eu acho que aquela sim, é uma música muito triste e não me faz dançar!)

2 comentários:

  1. Tia,estou adorando ler seu blog!Rs...Fico viajando nas suas histórias e imaginando cada local,cada situação que vc descreve...rs...Quem sabe um dia isso não acaba virando um livro?
    Bjos enormes e tenho certeza de que a viagem de Erick vai ser ótima e vai dar td certo!
    Mari

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  2. Mari,
    Fico feliz com sua "visita"... ;-)
    Obrigada!
    Beijo!

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