sábado, 18 de julho de 2009

Erick e eu... separações

Uma nova separação entre mim e Erick... A "casa" cresce... a ausência, ainda que por um breve período, de uma pessoa tão amada é sempre algo que incomoda e que requer um tempo de acomodação para que eu me acostume... Apesar de estar cansada e com muito sono, não tenho vontade de ir deitar. Depois de escrever um pouco aqui, tentarei continuar uns trabalhos acadêmicos pendentes...
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Escrever aqui me é tão fácil... o texto não requer coerência nem coesão... também não me preocupo em ser concisa ou em dar um sentido preciso às minhas palavras... simplesmente as "derramo" na tela. Já os textos que preciso produzir para o fechamento do semestre na faculdade, esses estão me deixando de cabelos brancos... isto é, estão exigindo que eu pinte os cabelos mais frequentemente! ;-)
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Mas eu pretendo cumprir meus prazos!
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Sobre as separações entre mim e meu filho, a primeira foi na sala de parto... Ele deixou minha barriga (não muito voluntariamente... lutou para permanecer um pouco mais naquele ambiente ao qual já se adaptara e todos os médicos presentes à sala ajudaram a retirá-lo para o mundo aqui de fora!), foi trazido até mim para um primeiro contato e uma tentativa (relativamente bem sucedida) de sucção do peito que o alimentaria por um bom tempo. Mas em seguida foi levado para testes e limpeza e seguiu para o berçário... Sua primeira noite fora do útero foi passada longe da mãe, que ficou sentiu uma enorme falta da barriga e da presença constante que havia nela.
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Foi uma noite longa em que eu pouco dormi, inclusive porque perdia muito sangue (devido a miomas que naquela época também habitavam minha barriga). Mas na manhã seguinte, logo muito cedo, uma enfermeira boazinha me trouxe aquele pacotinho composto de um lençolzinho descartável recheado pelo bebê mais lindo que alguém já vira... meu filho! A delícia de tê-lo em meus braços apagou qualquer saudade da barriga...
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Nossa próxima grande separação aconteceu no seu primeiro dia em uma creche... Eu o havia levado lá antes do dia em que teria de deixá-lo, pois minha licença-maternidade já estava chegando ao fim e eu teria que voltar ao trabalho. O lugar era agradável, as pessoas pareciam muito atenciosas e carinhosas e eu sabia que deixá-lo ali era inevitável, mas ainda assim não foi nada fácil...
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Saí da creche com um nó na garganta, depois de amamentá-lo e de ter explicado à responsável pelo berçário, nos mínimos detalhes, como ele deveria ser cuidado...
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Como eu ainda estava afastada do trabalho, resolvi que naquele dia ele ficaria lá só um turno. A creche ficava em Ondina. Saí de lá e fui conhecer o Shopping Barra, que havia sido inaugurado poucos dias após meu parto e que eu ainda nem sabia exatamente onde ficava (mas sabia que era perto dali...). Lá no shopping eu encontrei muitas mães passeando com seus bebês... no começo eu apenas sentia uma pontadinha no coração a cada novo encontro daquele tipo, mas logo começaram a vir lágrimas aos meus olhos (e gotículas de leite molharam minha blusa)... em seguida aquelas lágrimas lavaram meus rosto e o leite jorrou mais abundantemente...
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Não consegui passar do primeiro piso... Fui ao banheiro para tentar me recompor e depois saí pela porta principal, para respirar ar fresco. O primeiro dia de Erick na creche não chegou a durar três horas... Corri de volta para a creche e não demorei muito por lá, voltamos para nossa casa. Depois, aos poucos, me acostumei a deixá-lo lá todos os dias e ir para o trabalho... Na hora do almoço eu ia lá dar de mamar a ele e voltava correndo para o trabalho...
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Como essa creche ficava relativamente distante de nossa casa, ele só ficou lá por um mês. A nova creche, que ele frequentou por quase um ano ficava na nossa rua (e bem perto do Empresa) e eu o levava para lá nos braços, caminhando com a sacola de roupas no ombro. Lá eu não senti aquela separação dolorosa que senti na outra creche... E lá eu pude amamentá-lo com mais calma, nos meus intervalos de almoço. Nossa separações diárias eram bem recebidas por nós dois.
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A terceira vez em que nos separamos com dor foi quando eu tive de deixá-lo em João Pessoa, aos cuidados e carinhos de sua família substituta (a do meu irmão Fernando). Lembro que chorei desde que me separei dele e durante toda a viagem rumo àquele apartamento frio e vazio onde passei longos doze dias sem o sorriso e sem o choro do meu filho. Ao final desse período, fui visitá-lo sabendo que passaria por uma nova separação dolorosa dentro de 2 dias, quando teria que voltar ao trabalho. Foi uma alegria enorme reencontrálo e tê-lo novamente ao peito, mamando e olhando meu rosto...
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Quando voltei para novos 12 dias de solidão e trabalho, estava mais tranquila... Não sabia que a interpretação dele seria diferente da minha... Quando eu cheguei de volta, daquela vez para buscá-lo para casa, fui radicalmente rejeitada por meu filho de um ano e dois meses... Ele deve ter ficado muito magoado e perdido a confiança em mim, ao ser deixado mais uma vez (essa é, talvez, a única coisa que fiz e da qual me arrependo terrivelmente. Se pudesse imaginar que o estava fazendo sofrer daquele modo, eu teria procurado outra solução para o problema da não coincidência das férias da creche com as minhas...). Foi muito difícil reconquistar a confiança e o amor dele e foi muito duro vê-lo sofrer e saber que era a culpada pelo sofrimento dele!
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Bem, superado o trauma, pequenas separações, às vezes anuais, às vezes semestrais, tornaram-se frequentes nas nossas vidas daquela época em diante. As férias que tirávamos um do outro sempre acabavam sendo boas para o nosso relacionamento. Hoje estamos separados de novo e novamente o apartamento parece grande demais... mas não é de um bebê que sinto falta e sim do filho companheiro, amigo, conselheiro e crítico... Sei que a viagem (ainda que tão curta) vai ser uma ótima oportunidade de crescimento para todos eles e acho que eles bem a merecem!
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Apesar de não gostar de ser fotografado, ele até pousou para mim com os amigos, antes do embraque!
.. ------------------------------Meninos, BOA VIAGEM!

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