sexta-feira, 17 de julho de 2009

Memória criativa, mas traidora

É engraçado como certas coisas começam a me acontecer de repente e acabam virando rotina na minha vida...
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Atualmente, encontros estranhos são cada vez mais frequentes...
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Há uma semana eu estava almoçando com Erick e Mari em um shopping bastante movimentado, as pessoas passavam apressadas e envolvidas em suas conversas... Enquanto isso na nossa mesa, a conversa era do tipo "miolo de pote"... ;-)
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De repente, uma mulher que acabara de passar conversando com uma amiga retrocede um pouco, curva-se em minha direção e olhando-me bem diretamente diz: É Carmen!
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Eu levanto os olhos para ela e tento lembrar quem seria aquela pessoa, mas minha memória (que me traz tanta coisa perdida em um passado remoto) nega-se a cooperar... Eu consigo manter um diálogo no qual não deixo transparecer que não sei com quem falo (afinal, a situação já não é tão rara em meu dia-a-dia...)... Ela pergunta sobre meu curso, se eu já o havia concluído... eu imagino que ela é alguém da Universidade (como demorei 6 anos para concluir meu bacharelado, conheci muita gente de Letras...)... Mas ela diz que agora está trabalhando na UP (Universidade Petrobras) e eu a coloco entre as pessoas que, de algum modo, trabalharam (ou militaram na política sindical) comigo...

Conversamos um bocado, mas eu continuei curiosa em relação a quem é mesmo aquela pessoa!
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Hoje pela manhã, ao passar rapidamente no supermercado, aconteceu novamente... Fui abordada por uma mulher que me elogiou bastante... disse que eu estava ótima com o novo corte de cabelo e a nova cor... que eu estava mais jovem... ;-)
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Na realidade, eu achei que a conhecia, só não conseguia lembrar de onde... Outra vez fui capaz de manter um diálogo um tanto vazio (estou ficando expert nesse tipo de diálogo!) e um outro tanto investigativo com a pessoa que eu não conseguia posicionar em minha vida... Ela me arrastou pelo braço para mostrar onde estava morando agora (como se eu soubesse onde ela morava antes...), contou que o sobrinho (que sobrinho?) tinha casado com uma muçulmana e mudado para São Paulo...
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Logo depois eu encontrei Erick, contei minha aflição a ele e pouco a pouco lembrei que ela devia ser uma vizinha que tivemos por muito pouco tempo e com quem pouco nos relacionávamos... Vou deixar registrado que era ela, mas não tenho certeza!
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Outra situação típica aconteceu em maio... eu ia entrando no TCA com Erick quando vi um rosto conhecido sorrindo em minha direção... retribuí o sorriso e ao passar pela moça trocamos breves saudações seguidas de um diálogo esclarecedor: ela achava que era Marta e o nome dela me era totalmente desconhecido...;-)
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Sempre tive dificuldade para guardar fisionomias. Não reconhecer uma pessoa com quem eu não tenha tido uma convivência intensa é uma coisa que não me surpreende. No entanto, o que acontece agora é diferente... Eu sou reconhecida (será que não existem muitos "modelos" de mulheres de meia idade e muitas se parecem comigo?) e quase reconheço a pessoa que fala comigo, só que a informação fica incompleta...
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Quando eu era menina e via coisas parecidas acontecerem com minha mãe, eu não imaginava que tudo de repetiria comigo... Aliás, hoje me acho parecidíssima com ela! Às vezes até me surpreendo quando a porta do elevador aqui do prédio se abre e vejo minha mãe, ao invés da minha imagem refletida no espelho!
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No passado, eu não conseguiNo passado eu não conseguia ver a enorme semelhança física que havia entre nós. Sempre tive dificuldade em comparar fisionomias de pessoas de idades distintas; hoje, que sou da idade dela, é muito fácil notar a semelhança!
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Enquanto digito aqui, Erick arruma a mala no quarto, com Mari... Minhas lembranças remotas se afastaram um pouco de mim hoje, para que eu pensasse mais na viagem dele... Ele viaja amanhã e eu fico torcendo para que a viagem dele seja muito agradável e proveitosa. Eu gostaria muito de ter tido, aos 20 anos, a oportunidade de uma aventura semelhante com meus amigos, mas os tempos eram outros!

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