quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dois de Julho

Desde sempre, vi essa data ser comemorada, só que a comemoração que eu via, e da qual participava, quando menina, era apenas do aniversário de meu irmão Marcelo...

Não lembro de nenhuma grande celebração para marcar a data, mas nos nossos aniversários mamãe sempre acordava já comemorando a seu modo e nunca deixava de fazer um bolo (ou mandar que eu o fizesse!) caprichado para o aniversariante. Dois de julho era dia de bolo para Marcelo!

Aqui em Salvador, o 2 de Julho é feriado e uma data muito festejada. As comemorações começam na véspera e levam muita gente às ruas. É uma festa linda, cívica e popular!

O interessante é que fora da Bahia pouco se sabe sobre o significado da data e já vi muita gente ridicularizando a Independência da Bahia. Particularmente, eu não gosto muito da expressão. Na verdade, o que se comemora mesmo é a luta do povo baiano contra seus opressores. Uma luta gloriosa, mas que teve um decepcionante dia seguinte, já que novos opressores assumiram os lugares dos antigos...

Só quando vim morar aqui em Salvador passei a conhecer a parte da história do Brasil que trata da expulsão dos portugueses da Bahia... Tenho que confessar que nunca fui boa aluna de História, mas não lembro de me terem contado muito, por exemplo, sobre Maria Quitéria (soldado Medeiros... será que somos primas?)

Bem, de volta a minhas lembranças, quando menina íamos sempre, eu e meus irmãos também crianças, assistir ao desfile de 7 de Setembro. Acho que naquela época a parada acontecia na Lagoa (ou seria na Getúlio Vargas, em frente ao Lyceu? Sei que era pertinho lá de casa!) e não eram só militares que desfilavam.

Havia pelotões do Grupamento, do 15 (e não 14!) RI, do NPOR, da Polícia Militar, de Pracinhas (eu achava muito interessante chamar aqueles homens de boina de pracinha! Acho que nunca cheguei a perguntar a ninguém a razão da denominação, mas refleti muito a respeito... Pense numa mente ocupada!). Não lembro se havia mais algum tipo de militar por lá.

Depois vinham os estudantes e esses sim eu achava lindos! À frente da banda de música de cada colégio, vinha uma baliza linda, fazendo mil piruetas... eu sonhava ser uma delas!

Por mais que eu dissesse que queria ser professora, escritora, desenhista e pintora, no fundo eu queria mesmo ser bailarina! E olha que eu nunca havia visto apresentação alguma de balé. Minha inspiração toda vinha de uma propaganda que havia na revista Seleções (leitura corriqueira lá em casa): acho que a propaganda era de Toddy... aparecia uma menininha que às vezes sonhava em ser bailarina, às vezes aeromoça... a versão masculina sonhava em ser piloto...

Acho que eu tinha vergonha em revelar meu sonho, achava que estaria muito distante de mim... como realmente estava...

Uma das grandes vantagens da idade é a perda das vergonhas desnecessárias... Ainda não perdi todas, mas me restam poucas!!





















Na foto, Fernando, Felipe e eu... com roupinha de marinheira!! ;-)
Sentados no balanço que ficava naquela varanda de piso de cerâmica vermelha sextavada, prontos para sair, talvez para assistir à Parada...

2 comentários:

  1. Eu tinha um tio q era tenente do Exercito e morava lá em Cruz das Armas. Assim, eu lembro muito bem q a guarnição se chamava de 15 RI ( décimo quinto Regimento de Infantaria) e não 14RI. Será q estamos lembrando da mesma unidade?
    Quanto aos pracinhas, eu tbem tinha um tio q desfilava garbosamente na parada pq tinha participado da Segunda Guerra Mundial.Estes pracinhas, acho q era pq eles eram jovens qdo foram p a guerra, tbem eram chamados de Força Expedicionária do Brasil. Tá vendo q vc está pondo as minhas lembranças prá fora? E viva o 2 de Julho...

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  2. Pois é... eu nunc sei o némero do RI... o 14 deve ser o de Recife... vou mudar... ;-)
    Eu tb tinha um tio pracinha, mas eu preferia chamá-lo tio Zé!! (pra mim, pracinha era a Castro Pinto!) ;-)

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