domingo, 5 de julho de 2009

De banhos e penicos

Sexta-feira passada fui jantar na casa de Américo (degustar as delícias que meu orientador prepara na cozinha é um privilégio inestimável!). Foi uma noite muito agradável, regada a um delicioso vinho português (ele não me deixou experimentar um outro que havia disponível, levado por um dos comensais... eu jamais voltarei a levar vinho quando for jantar lá, pode ser reprovado!) ;-)
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O que me faz colocar aqui essa lembrança tão recente, no entanto, é a conversa que tivemos com Mauro sobre sua casa na Sardenha (da qual eu já ouvira falar)... Mais especificamente, sobre a (des)proporção entre o número de quartos e outros aposentos e o de banheiros...
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.Apesar de construída nos anos 40, nossa casa da Pedro II também apresentava tal "problema"... Não lembro de termos enfrentado maiores problemas pelo fato de morarmos numa casa que tinha três salas, três terraços, cinco quartos... internos, pois próximo ao corpo da casa havia mais um (o de Sóstenes, que fora de vovô Berto... e que depois foi incorporado à casa) e no fundo do quintal mais dois... e apenas um banheiro! Havia um outro que também usávamos com menor frequência, vizinho ao quarto de Sóstenes, mas ainda assim seria difícil vender tal casa hoje...
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Mauro contou sobre os urinóis que usavam em sua casa na Sardenha e eu remeti minha lembrança, imediatamente à casa de vovó Xixica, no sertão paraibano... Banheiro lá, também só do lado de fora da casa e havia dois ambientes distintos: um para banho, que minha memória registra como tendo um tanque enorme com água geladíssima e, ao lado, um outro com a privada (que não era turca, como a que Mauro citou...). No quarto onde ficávamos, e certamente nos outros também, havia um penico esmaltado disponível, o difícil era me convencer a usá-lo!
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Ontem, lembrando da temporada em que a população lá de casa dobrou (com a visita de meus queridos primos), pensei em como teria sido problemático o uso do banheiro na ocasião, mas não me detive na lembrança.
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Meus banhos, na época, lembro que eram frequentemente tomados em uma pequena lavanderia de louça que havia no "terraço da cozinha"... E me veio à memória uma cena em que eu e Carmo erámos "banhadas" ali ao mesmo tempo... Lembro que depois o banho coletivo (já de netos) era dado de mangueira, no quintal da casa da praia e eu muitas vezes comandava a sessão com a mangueira em punho... ;-)
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A lembrança dos banhos me trouxe agora duas outras: a de como os olhos ardiam com o "sabão aristolino" que mamãe usava para lavar nossas cabeças e a de como era delicioso tomar "banho de chuva" na bica que havia no "terraço na lavanderia" (sim, havia esse também!).
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Voltando ao banheiro e à sua falta, lembro de meu penico azul... lindo! Era uma miniatura de um vaso santário da época, com acento e uma tampa com uma carinha de menina (ou de anjo, não tenho certeza). Lembro de tê-lo usado por muito tempo, talvez motivada pela escassez de banheiros de nossa casa!
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Trinta anos depois, já como mãe, comprei vários penicos para Erick (inclusive um lindo, em forma de carrinho) mas ele rejeitou todos... ou melhor, usou-os apenas como brinquedos!

3 comentários:

  1. Que linda esta cena do banho na lavanderia. Devíamos ser muito pequenas não é?
    Que bom querida, estou revivendo minha infancia com tuas memórias.
    Obrigada menina!

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  2. Nossa, este anonimato foi pra valer!
    "Anônimo disse...
    Que linda esta cena do banho na lavanderia. Devíamos ser muito pequenas não é?
    Que bom querida, estou revivendo minha infancia com tuas memórias.
    Obrigada menina!
    9 de Julho de 2009 09:11
    Carmita

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  3. Ai, ai, viu, Carmita... é claro que eu reconheci você, mesmo no anonimato absoluto! ;-) Que bom que estou ajudando vocês a reviver um pouco os tempos da infância!
    Para mim tem sido muito bom escrever aqui, eu lido melhor com as pequenas lembranças quando as escrevo... parece que elas crescem e eu as enxergo com mais detalhes...
    Beijo!

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